África do Sul realiza exercícios militares com a Rússia e a China em meio à guerra na Ucrânia
Enquanto o mundo discute o conflito na Ucrânia, que completou um ano em 24 de fevereiro, militares da África do Sul realizam, na costa do país, um treinamento com tropas russas e chinesas. Os três países estão exibindo parte dos seus armamentos marítimos entre as cidades de Richards Bay e Durban.
Vinícius Assis, correspondente da RFI em Adis Abeba, Etiópia
Os exercícios militares, que acontecem pela segunda vez na quarta-feira (21), causaram indignação em parte da população e geraram protestos da Associação Ucraniana da África do Sul (UAZA, sigla em inglês), que classificou como lamentável a decisão do governo sul-africano de convidar a Rússia para participar de seu exercício naval chamado MOSI II, “no momento em que a Rússia está envolvida na invasão do estado soberano da Ucrânia".
Segundo a imprensa local, Katya Fedkina, porta-voz da UAZA na região costeira de KwaZulu-Natal, disse que isso representa que "a posição neutra da África do Sul sobre a guerra na Ucrânia está chegando ao fim".
Protestos aconteceram, na sexta-feira (25), na Cidade do Cabo e em Durban. "Milhões de ucranianos se tornaram refugiados e milhares de mulheres e crianças foram estupradas como resultado da guerra do Putin. É isso que a África do Sul quer imitar?”, questionou a porta-voz da UAZA.
A Força de Defesa Nacional da África do Sul (SANDF, sigla em inglês) informou na quarta-feira que o exercício naval fortalecerá as relações entre os três países. A primeira edição do treinamento MOSI aconteceu em 2019, na Cidade do Cabo.
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