A faixa presidencial é sempre a mesma? Entenda
Alvo de polêmica na cerimônia da posse presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), neste domingo (1º), em Brasília, a faixa presidencial já mudou de tamanho, foi restaurada e gerou polêmicas por sumir ao longo dos seus 111 anos desde a criação.
Há, no entanto, mais de uma versão do item. A mais atual foi comprada por Lula em 2007, por R$ 55 mil, usada pela primeira vez nas comemorações do Sete de Setembro realizadas em 2008. Desde então, tem sido a mesma utilizada nas cerimônias de posse e eventos oficiais da Presidência da República.
A faixa presidencial que será usada por Lula tem broche de ouro 18 quilates maciço e cravejado com 21 brilhantes, além das "franjas" com 90 cordões de ouro. O broche valioso tem 27 estrelas representando os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal.
O brasão bordado com fios de ouro na parte superior da faixa é uma referência às Armas Nacionais do Brasil, um dos quatro símbolos pátrios determinados por lei.
Tradicionalmente, o eleito para chefiar o Executivo federal recebe o acessório de seu antecessor no parlatório do Planalto. Diferentemente do que ocorreu com Fernando Henrique Cardoso (2003), com Dilma Rousseff (2015) e na passagem de Michel Temer para Jair Bolsonaro (2019), Lula deve receber a faixa no alto da rampa do Palácio do Planalto —e não no parlatório, onde o presidente discursa ao público.
Quem criou a faixa presidencial do Brasil?
O adorno foi instituído por decreto do presidente Hermes da Fonseca, que alegou a necessidade de um símbolo para expressar o poder presidencial. É comum, por exemplo, que os mandatários vistam a faixa na foto oficial de seus governos.
Inicialmente, o símbolo tinha 15 cm de largura, mas foi alterado posteriormente, diminuindo para 12 cm, por 1,67 m de comprimento. O decreto de Hermes da Fonseca também definia que o brasão fosse bordado a ouro -hoje, a confecção do símbolo republicano é mais simples.
Além disso, os cuidados com o item devem ser redobrados, já que o acessório é considerado um artigo histórico, comprado com dinheiro público. A lei determina que as faixas sejam conservadas em acervos, sob os cuidados do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Uma polêmica, porém, rondou o acessório, que supostamente sumiu em 2016. Um relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre os presentes recebidos pelos presidentes no exercício de seus mandatos havia constatado que a faixa não estava no cofre da Presidência.
Pouco tempo depois, apurou-se que o item estava guardado num cofre, sem o broche de ouro que completa a peça. A PF eventualmente encontrou a joia embaixo de um armário nas dependências da Presidência.
A última versão da faixa presidencial
A encomenda da indumentária foi em 2003, no primeiro ano de seu governo, mas o processo conturbado da licitação só tornou a compra possível em 2007, já no seu segundo mandato, por R$ 55 mil. O então presidente a usou pela primeira vez em 2008, no tradicional desfile de 7 de setembro.
Em janeiro de 2006, a licitação para a confecção da nova faixa, orçada à época em R$ 38 mil, foi suspensa pelo Palácio do Planalto. A Casa Civil, comandada pela então ministra Dilma Rousseff, havia lançado o edital para a compra do apetrecho uma semana antes. A equipe do cerimonial do Planalto alegava que a
No documento em que esse edital foi publicado, só a descrição da nova faixa tinha praticamente 100 linhas. Entre as tantas características que a indumentária deveria ter estavam: 1,67 metro de comprimento, 12 centímetros de largura e confeccionada em cetim com três barras: duas da cor verde-bandeira, nas pontas, e no meio, uma amarelo-ouro.
No ano seguinte, em 2007, o Planalto reabriu a licitação para a compra da nova faixa presidencial, no valor de R$ 50 mil. No fim, o apetrecho foi comprado por R$ 55 mil.
Veja horários da posse de Lula
13h45 - Chegada de convidados, chefes de Estado e de governo ao Congresso;
14h20 - Chegada do presidente eleito e vice-presidente à Catedral de Brasília;
14h30 - Desfile do cortejo presidencial em carro, da Catedral de Brasília ao Congresso Nacional, em percurso que deve durar 10 minutos;
14h40 - Recepção de Lula e Alckmin no Congresso pelos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado;
15h - Abertura da sessão solene de posse de Luiz Inácio Lula da Silva;
15h50 - Deslocamento do presidente e do vice para a Sala de Audiências da Presidência do Senado;
16h05: Saída do presidente da sala de audiências e início da cerimônia externa de honras militares;
16h20: Saída do presidente e do vice para o Palácio do Planalto.
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Quais chefes de Estado confirmaram presença na posse de Lula?
São os seguintes chefes de Estado:
Rei da Espanha, Filipe VI;
Presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier;
Presidente da Angola, João Lourenço;
Presidente da Argentina, Alberto Fernández;
Presidente da Bolívia, Luis Arce;
Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves;
Presidente do Chile, Gabriel Boric;
Presidente da Colômbia, Gustavo Petro;
Presidente do Equador, Guillermo Lasso;
Presidente da Guiana, Irfaan Ali;
Presidente de Guiné Bissau, Umaro Sissoco Embaló;
Presidente de Honduras, Xiomara Castro;
Presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez;
Presidente do Peru, Dina Boluarte;
Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa;
Presidente do Suriname, Chan Santokhi;
Presidente de Timor Leste, José Ramos-Horta;
Presidente de Togo; Faure Gnassingbé;
Presidente do Uruguai; Luis Alberto Lacalle Pou;
Para representar o presidente do México, virá a primeira-dama, Beatriz Gutiérrez Müller.
Além de chefes de Estado, virão vice-chefes de Estado, de governo e de poder, além de representantes especiais.
Ao menos nove governadores que assumiram neste dia 1º irão à cerimônia. Veja os confirmados:
Jerônimo Rodrigues (PT), governador da Bahia;
Elmano de Freitas (PT), governador do Ceará;
Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal;
Carlos Brandão (PSB), governador do Maranhão;
João Azevedo (PSB), governador da Paraíba;
Helder Barbalho (MDB), governador do Pará;
Rafael Fonteles (PT), governador do Piauí;
Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro;
Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte;
Por que Maduro não vem à posse Lula?
A visita foi cancelada cancelada na noite de sábado (31). Seguranças de Maduro já estavam em Brasília e a equipe de Lula não foi informada do motivo.
De acordo com Jamil Chade, do portal UOL, o cancelamento da viagem de Maduro acontece por conta das sanções americanas impostas sobre qualquer empresa que mantenha relações comerciais com o governo venezuelano “colocaram um obstáculo extra para o desembarque” de Maduro. "Empresas que reabasteceriam o avião de Maduro para permitir que ele volte ao seu país podem ser punidas pelo governo americano", explica a reportagem.
N sexta-feira (30), Jair Bolsonaro (PL) liberou a vinda do presidente da Venezuela ao Brasil para participar da posse.
Bolsonaro publicou a liberação em portaria interministerial no DOU (Diário Oficial da União), revogando a portaria de 2019, que impedia a entrada de Maduro e seus assessores em território brasileiro.