A jornal, Mourão aponta falta de coordenação em ações finais contra coronavírus

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • Para vice-presidente, autoridades do país devem deixar individualismo de lado e buscar consenso na pandemia.

  • Sobre Bolsonaro não mostrar exame negativo ao vírus: "Seria pior dos mundos o presidente chegar e declarar que testou e deu negativo e depois aparecer que deu positivo".

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, 66, defendeu que é hora de as autoridades deixarem o individualismo de lado no combate ao coronavírus no Brasil. Ele também defendeu um consenso frente à pandemia.

"O fulano está pensando só nisso porque é de direita e o outro só aquilo porque é de esquerda. Não, nós temos de buscar um meio-termo e a igualdade", defendeu Mourão, para quem “está havendo uma falta de coordenação das ações no final" – referência à crise entre os governadores e o presidente Jair Bolsonaro.

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O militar falou com o jornal nessa sexta (27) em seu gabinete no Palácio do Planalto. Ele disse acreditar que se tenha de encontrar um modelo de isolamento que não seja "oito ou oitenta".

“Isso não pode ser discutido com paixão política. Esse é o problema. O fulano está pensando só nisso porque é de direita e o outro só aquilo porque é de esquerda. Nós temos de buscar um meio-termo e a igualdade”, afirmou.

Indagado sobre a decisão de Bolsonaro de não mostrar o exame negativo para o vírus, definiu: "Acho que tem de confiar na palavra do presidente. Seria o pior dos mundos o presidente chegar e declarar que testou e deu negativo e depois aparecer que deu positivo".

Se o coronavírus é uma doença séria ou uma “gripezinha”, como vem dizendo Bolsonaro, respondeu: “Ele [o vírus] é sério. O presidente, quando fala de gripezinha, é o linguajar dele. Busca passar certo grau de confiança para a população. Aí a turma fica com raiva e quer pular na jugular dele.”

Mourão também negou que tenha feito o teste da Codi-19. “Não fiz o teste porque não tenho sintoma. Estou cumprindo o protocolo do Ministério da Saúde: se tem algum sintoma, faz o teste. Não vou gastar teste comigo se não tenho sintoma.”