Advogado criticado no caso Mariana Ferrer é olavista e prometeu não representar acusados de estupro
Cláudio Gastão da Rosa Filho, advogado que defende André Aranha da acusação de ter estuprado a influenciadora Mariana Ferrer, é conhecido por ser próximo de Olavo de Carvalho e apoiador da família Bolsonaro. Ele é um dos criminalistas mais conhecidos de Santa Catarina.
Gastão da Rosa Filho já defendeu Olavo de Carvalho, além de políticos e chefes do crime organizado.
Filho de um advogado conhecido em Florianópolis, ele é conhecido como Gastãozinho, segundo a Folha de S. Paulo. O pai teve um quadro na TV Bandeirantes local durante anos. O filho também costuma aparecer na TV, mas não de forma fixa, apenas quando está envolvido em casos com grande repercussão.
O jornal ouviu amigos de Gastãozinho, que o descrevem como gentil e educado – diferente do que foi visto no vídeo da audiência de Mariana Ferrer, divulgado pelo The Intercept Brasil. Ele usou fotos da jovem para ataca-la e humilha-la. Ao O Globo, ele disse estar “exercendo seu papel”.
Pessoas próximas ouvidas pela Folha revelaram que o advogado é um católico fervoroso e usa a frase: “Pelos meus clientes por até o inferno, mas não entro nele”. É conhecido por conhecer o Código Penal de forma profunda e, por isso, ganha tantos casos.
Claudio Adriano Ribeiro, o Papagaio, é considerado um dos maiores assaltantes de banco de Santa Catarina. Ele é representado por Gastãozinho, assim como Sara Giromini, extremista de direita.
Amigos revelaram à Folha que o advogado se comprometeu a não defender suspeitos de estupro, o que indica uma contradição de discurso, já que representa André Aranha. Nas redes sociais, Gastãozinho afirmou que também defenderiam Gean Loureiro (DEM), prefeito de Florianópolis, acusado de estuprar uma ex-servidora.
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Em nota divulgada após o vídeo, ele afirmou que repudia “qualquer forma de agressão ou violência física ou moral contra a mulher”. “Por fim, lamento o mal-entendido caso alguém tenha se sentido ofendido, porque jamais foi minha intenção ofender ou agredir quem quer que seja. Acredito ter atuado dentro dos limites legais e profissionais, considerando-se a exaltação de ânimos que costuma ocorrer em audiências como aquela.”
A postura de Cláudio Gastão de Rosa Filho foi criticada pela Ordem dos Advogados do Brasil e pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. No Senado, a audiência também foi alvo de críticas. A senadora Rosa de Freitas pediu a anulação da sentença.