Agência de medicamentos da UE rejeita plano de megabordel perto de sua sede em Amsterdã

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) afirmou, nesta terça-feira (7), que está "extremamente preocupada" com a proposta da Câmara de vereadores de Amsterdã de abrir um novo megabordel perto de sua sede, na capital holandesa.

O conselho municipal da cidade quer transferir as casas de prostituição legalizadas do famoso bairro vermelho de Amsterdã para outra área menos central devido a queixas de vizinhos, que reclamam de criminalidade e comportamentos inadequados dos visitantes.

Dois dos três locais propostos pelos vereadores ficam perto da sede da EMA, em um bairro comercial na periferia sul de Amsterdã.

A EMA informou, em nota, estar "extremamente preocupada" com a proposta, que resultará em "problemas de segurança e incômodo" para seu pessoal e delegados visitantes, que costumam viajar a altas horas da noite.

"A mudança de localização do bairro vermelho se deve a preocupações resultantes de situações incômodas, tráfico de drogas, embriaguez e comportamento inadequado", acrescentou a agência, transferida de Londres para Amsterdã em 2019 devido à saída do Reino Unido da União Europeia.

"Instalar o centro erótico perto do edifício da EMA pode ter os mesmos impactos negativos na região adjacente", continuou.

O megabordel teria 100 espaços para as profissionais do sexo, com áreas para as pausas no trabalho, segundo as propostas da Câmara municipal.

A EMA assegurou que trabalharia a partir de agora em conjunto com a Comissão Europeia - braço executivo da UE - para levar o caso ao "mais alto nível político e diplomático apropriado para assegurar um ambiente de trabalho seguro".

A agência reguladora de medicamentos europeia acrescentou ter sabido da proposta pela imprensa local e tinha esperado ser consultada.

A EMA teve um papel-chave na pandemia de covid-19, ao aprovar vacinas à medida que a doença começava a se espalhar por todos os cantos do planeta.

"O trabalho da EMA é chave para a proteção da saúde pública na UE e isso não deveria ser comprometido pelo receio de que funcionários e especialistas da UE visitem o prédio da reguladora", afirmou.

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