Alexandre Garcia não escreveu texto sugerindo que houve fraude nas eleições
Circula nas redes sociais um texto atribuído ao jornalista Alexandre Garcia
O conteúdo critica autoridades por fingirem não enxergar uma supostamente fraude eleitoral
Mas Garcia não é autor do texto, como ele mesmo afirmou
Um texto criticando líderes e autoridades por supostamente fingirem que não houve fraude nas eleições é compartilhado nas redes sociais. Usuários atribuem a mensagem ao jornalista Alexandre Garcia. A informação, porém, é falsa. Não há registros de que Garcia tenha publicado o texto, além disso, ele negou em suas redes a autoria do conteúdo.
"Todos os líderes FINGEM não saber; FINGEM não ter certeza; FINGEM que há apenas indícios; FINGEM que ainda falta provar o que já está exaustivamente provado; [...] FINGEM que estão defendendo a democracia" diz um trecho do texto atribuído a Alexandre Garcia.
Buscas no Google pela suposta publicação do jornalista não identificaram resultados. Também não foram encontrados conteúdos semelhantes ao viral nos perfis oficiais de Garcia no Instagram, Twitter e Facebook.
Em seu canal oficial no YouTube, Garcia afirmou que jamais escreveu o texto:
"Teve outro que me mandou uma coisa que eu nunca escrevi, tem até a minha foto, meu nome dizendo que as autoridades fingem isso, fingem aquilo, fingem aquilo outro. Aí é dose, né?", disse ele.
Há indícios de fraude nas eleições?
É falso que qualquer fraude nas urnas tenha sido comprovada. Ao contrário, instituições que atuaram como observadores nas eleições brasileiras reforçaram a credibilidade do sistema.
Uma delas foi a Uniore (Missão da União Interamericana de Organismos Eleitorais), que não identificou maiores problemas no funcionamento das urnas e considerou a eleição brasileira como exemplar para a América Latina. A Rojae-CPLP (Rede dos Órgãos Jurisdicionais e de Administração Eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) também afirmou que a utilização de meios eletrônicos de votação "revelou-se segura, confiável e credível". O observador concluiu que as eleições brasileiras foram "livres, justas e democráticas".
O International IDEA (Instituto para a Democracia e Assistência Eleitoral) elogiou a imparcialidade do TSE e ressaltou a confiabilidade das urnas. A instituição defendeu que a democracia brasileira se fortaleceu com o processo eleitoral e classificou os ataques ao funcionamento das urnas como controvérsias "desnecessárias". O TCU (Tribunal de Contas da União) realizou uma auditoria do sistema eletrônico de votação e não identificou qualquer divergência nas mais de 5 milhões de informações de boletins de urna que analisou.
Conteúdo semelhante foi verificado pelo Boatos.org.