Aliado de Bolsonaro, Tarcísio promete que ele e Lula “serão sócios”

Governador de São Paulo afirma que manterá uma boa relação com o governo federal

Tarcísio depende do aval de Lula para tirar alguns projetos do papel (REUTERS/Adriano Machado)
Tarcísio depende do aval de Lula para tirar alguns projetos do papel

(REUTERS/Adriano Machado)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta quarta-feira (1º) que ele e o presidente Lula (PT) “agora são sócios” e garantiu que terá uma boa relação com a gestão atual.

"Quando o pessoal fala: Tarcísio qual será sua relação com o governo federal? Simples, é republicana e eu, agora, sou sócio do governo federal. [...] Para o Brasil ir bem, São Paulo tem que ir bem, e para São Paulo ir bem, o Brasil tem que ir bem. Então, São Paulo e o governo federal, eu e o presidente Lula, agora, nós somos sócios", disse.

Aproximação. O governador também afirmou que “não torce para o Brasil dar errado” e que não vai deixar de conversar com o petista só por serem de linhas políticas distintas.

"Eu sou de um campo político diferente do atual presidente, então a gente pensa absolutamente diferente, acho que sobre tudo, sou de outro lado, sou de outro campo, sou um cara liberal, mas eu não torço pro Brasil dar errado", destacou.

As falas acontecem em um momento em que Tarcísio tenta conseguir o aval do governo federal para privatizar o porto de Santos – um dos projetos de seu maior interesse.

Na semana passada, ele se encontrou com Lula pela terceira vez em um mês. Na ocasião, discutiu outras pautas e fez pedidos, como:

  • Financiamento para a saúde, como perdão ou renegociação de dívidas de hospitais filantrópicos;

  • Reajuste da tabela SUS, referência para a remuneração do governo a prestadores de serviço;

  • Apoio para obras de mobilidade.

Privatização do Porto de Santos. Embora o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, tenha descartado a possibilidade, Tarcísio pretende levar novos argumentos a ele e continuar a dialogar com o governo federal – com o qual enxerga espaço aberto de diálogo.

No encontro bilateral entre Lula e Tarcísio, em 10 de janeiro, o petista teve uma postura não dogmática sobre o assunto, segundo membros da equipe do governador, e pediu uma apresentação à equipe de parcerias e investimentos.

Ainda assim, Tarcísio disse que respeitará a decisão final do governo federal, mas que vai insistir no assunto. As privatizações estão no centro do seu plano de governo, e a concessão de Santos é vista por ele como a "redenção da Baixada Santista".