Amazon: funcionários querem que empresa pare de financiar políticos antiaborto
Centenas de funcionários assinaram uma petição online para que empresa se posicione;
Empresa pediu que funcionários respeitem a diversidade de opiniões.
Trabalhadores querem que produtos com temática antiabortiva sejam retirados da loja online da Amazon;
Centenas de funcionários da Amazon assinaram uma petição interna nesta segunda-feira pedindo à empresa para tomar uma "ação imediata contra a ameaça aos nossos direitos humanos básicos com a derrubada de Roe v. Wade". Ao todo, mais de trezentas assinaturas constam na petição, que foi passada por e-mail pelos escritórios da empresa.
No mês passado, quando primeiro vazaram informações de que a Suprema Corte americana estava se preparando para reverter a decisão judicial, a Amazon anunciou que iria reembolsar custos de viagem de até US$ 4 mil para funcionários que tivessem de viajar para realizar procedimentos médicos de saúde reprodutiva.
Para os funcionários, no entanto, a medida tomada pela empresa não é suficiente, pedindo que a empresa denuncia publicamente a decisão da corte, ajude a organizar protestos, e que some aos projetos de doações que os funcionários estão fazendo para ajudar mulheres presas por realizar abortos.
A petição também pede que a empresa retire mercadorias com temática antiabortiva da loja online, expanda as opções de trabalho remoto para que funcionárias possam se mudar para estados que ainda mantém leis que permitem o acesso ao aborto, e que a empresa anuncie uma suspensão das atividades em estados que proibirem a prática.
Por fim, os trabalhadores da Amazon também querem que a empresa pare de realizar doações a grupos e políticos contrários ao direito de abortar uma gravidez. Dados do boletim Popular Information revelaram que desde 2016 a empresa doou US$ 974.718, quase R$ 5 milhões, para comitês de políticos antiabortiva, como os Procuradores-Gerais Republicanos e o Comitê de Liderança do Estado Republicano.
A chefe de recursos humanos da empresa, Beth Galetti, pediu na sexta-feira aos funcionários que "respeitem a perspectiva de todos". “Muitos funcionários estão experimentando fortes emoções após a recente decisão da Suprema Corte dos EUA”, escreveu Galetti na sexta-feira. “Como uma empresa com 1,6 milhão de funcionários, há muitos pontos de vista diferentes sobre esse tópico em nossa equipe, e trabalhamos para respeitar as perspectivas de todos, além de cuidar e apoiar as necessidades médicas pessoais de nossos funcionários”.