Análise: Lentidão, pontaria e falta de criação fazem Fluminense sair 'derrotado' de empate
Muitas vezes, um empate fora de casa é celebrado como vitória. Mas, quando um dos times joga com um a mais desde os 10 minutos, ele sai de campo com a mesma frustração de uma derrota. Foi assim que o torcedor do Fluminense se sentiu no 0 a 0 com o América-MG, no Independência. Um resultado que joga luz para problemas que Fernando Diniz precisará resolver para alçar voos maiores no Brasileiro.
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Os números ilustram bem a pobreza da produção ofensiva tricolor. O Fluminense teve 73% de posse e trocou seis vezes mais passes que o América-MG (607 contra apenas 103). Mas, das 18 finalizações, apenas três foram na direção do gol. Uma eficiência de míseros 16,7%. Os números são da plataforma Footstats.
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Jogar contra defesas muito fechadas é uma dificuldade para qualquer equipe do futebol mundial. Está longe de ser uma exclusividade de Fernando Diniz. Mas o Fluminense apresentou falhas que contribuíram para o empate sem gols desta quarta. Uma delas foi o ritmo da troca de passes. Uma lentidão que ajudou o adversário em sua missão de se defender.
A pobreza criativa do meio de campo também prejudicou. Jogador com perfil muito mais defensivo do que de construção, Wellington nada podia fazer para ajudar. Yago não apresentou a movimentação e presença na frente que às vezes o fazem se destacar. Com isso, Ganso ficou sobrecarregado.
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Para completar, a falta de laterais que se apresentem bem pelos lados deixou o Fluminense sem amplitude. Um presente para a linha defensiva do América-MG. Como resultado, Cano praticamente não recebeu bolas mais próximo do gol e Matheus Martins e Luiz Henrique sofreram com o excesso de marcadores.
Diniz demorou a entender que o jogo não era para Wellington. Só o trocou no intervalo. A entrada de Nonato, com mais visão de jogo, já deu mais opções ao time.
Além disso, o técnico focou mais em encher o time de atacantes do que resolver a falta de criação. Na volta do intervalo, o Fluminense já contava com quatro atacantes (cinco, se considerarmos o "lateral" Caio Paulista). Uma precipitação que não resultou em gols e deixou o time mais exposto.
Mesmo com um a menos e praticamente abdicando da bola, os donos da casa conseguiram cinco finalizações na direção do gol, duas a mais que o Fluminense. Os tricolores só não saíram de campo derrotados porque Fábio e Nino salvaram bolas que tinham o gol como direção. E ainda contaram com a ajuda da trave em chute de Pedrinho.
Se há jogos para serem esquecidos, definitivamente não é o caso deste. Diniz vai precisar refletir bastante sobre ele.