Após "canetada" do governo, batalha contra reforma da Previdência continua nas ruas e no Parlamento da França

AFP - JEAN-FRANCOIS MONIER

Um dia após a utilização do controverso artigo 49.3 da Constituição francesa para impor a contestada reforma da Previdência, a oposição e a população reforçam sua mobilização. Deputados devem registrar nesta sexta-feira (17) moções de censura contra o governo, enquanto as centrais sindicais convocam novas manifestações em todo o país.

O anúncio da primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, sobre a adoção da impopular reforma da Previdência sem a votação de deputados levou milhares de pessoas às ruas do país na quinta-feira (16). Os protestos se estenderam durante a noite e mais de 300 pessoas foram detidas.

Em Paris, a polícia usou gás lacrimogêneo e jatos de água para dispersar os manifestantes reunidos na Praça da Concórdia, no centro da capital, próxima à Assembleia Nacional, após a decisão do governo. As cidades de Rennes (noroeste), Nantes (oeste), Lyon (centro-leste) e Marselha (sul) também registraram confrontos com as forças de segurança. No total, 54 policiais ficaram feridos.

Na manhã desta sexta-feira, cerca de 200 manifestantes bloquearam o anel rodoviário na periferia de Paris por cerca de meia hora. A greve dos agentes de limpeza pública também continua, resultando em quase dez toneladas de lixo pelas ruas da capital e de outras cidades francesas. Outro setor que continua mobilizado é o das refinarias de petróleo, onde a produção deve parar a partir deste fim de semana.


Leia mais em RFI Brasil

Leia também:
"Golpe baixo": imprensa francesa condena imposição de reforma da Previdência por Macron
Franceses se revoltam após governo Macron impor reforma da aposentadoria sem aval dos deputados
Apesar de protestos, premiê francesa diz que não vai recuar na reforma da aposentadoria