Após se abster em votação na ONU, China pede 'diálogo' entre Rússia e Ucrânia
A China pediu à Rússia e à Ucrânia que retomem as negociações de paz o mais rápido possível, e alertou que armas nucleares não devem ser usadas neste conflito, de acordo com um documento divulgado nesta sexta-feira (24), quando o conflito completa um ano.
Por Stéphane Lagarde, correspondente da RFI em Pequim
"Todas as partes devem apoiar a Rússia e a Ucrânia para que trabalhem na mesma direção e retomem o diálogo direto o mais rápido possível", afirmou o ministério das Relações Exteriores chinês neste documento que enumera 12 pontos para uma "solução política" para o conflito.
O texto foi divulgado um dia depois de Pequim se abster na votação da Assembleia Geral da ONU que decidiu pela resolução que exige uma retirada "imediata" das tropas russas que invadiram a Ucrânia. O documento inclui propostas mencionadas na "iniciativa global de segurança" lançada pela China há alguns dias.
Pequim também rejeitou o uso de armas nucleares na guerra, poucos dias depois de o presidente russo, Vladimir Putin, anunciar a suspensão de sua participação em um tratado de desarmamento nuclear com os Estados Unidos.
"As armas nucleares não devem ser usadas e as guerras nucleares nunca devem ser iniciadas. A ameaça ou o uso de armas nucleares devem ser combatidos", acrescenta o documento.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, expressou, nesta sexta-feira, seu ceticismo sobre as "propostas" de Pequim para acabar com a guerra.
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