Aparecimento misterioso de sacos de cocaína em praias da França provoca fenômeno de “narcoturismo”

AFP - LOU BENOIST

Em pleno inverno, pequenas cidades no litoral norte da França percebem um novo fluxo de visitantes em suas praias. São em sua maioria homens, e passam o dia a dar voltas pelo litoral, alguns com binóculos nas mãos. Eles procuram pacotes de cocaína trazidos pelo mar. O fenômeno começou há duas semanas, após sacos da droga terem sido encontrados nas praias. Polícia investiga origem.

No dia 26 de fevereiro, um homem que fazia caminhada na praia de Dranguet, em Réville, pequena cidade do nordeste francês, encontrou grandes pacotes cobertos por lona encalhados na areia. O material parecia ter sido trazido pelas ondas. Em volta dos pacotes, diversos coletes salva-vidas.

Achando estranha a descoberta, o homem decide avisar a polícia. E assim começa o caso da "maré de cocaína" na França.

Dentro dos pacotes hermeticamente fechados, a polícia encontra 800 kg de cocaína. A quantidade era tanta que foi necessário usar um trator para retirá-los da praia, afirmou um investigador ao jornal Ouest-France.

Nos dias seguintes, novos pacotes continuaram a ser encontrados ao longo da costa. Em uma semana, a polícia havia recuperado duas toneladas da droga.

Desde então, as cidades da costa norte passaram a perceber uma circulação de visitantes inabituais. Homens jovens, às vezes em grupos, alguns encapuzados, indo às praias durante o dia e também à noite.

Em busca do pote de ouro

"É ganhar na loteria. Você encontra apenas um desses e fica milionário", diz um jovem de cerca de 20 anos em entrevista, sem mostrar o rosto, a uma televisão francesa.

De onde veio a cocaína

A primeira parte da carga encontrada era formada por quarenta pacotes, contendo no total 800 quilos da droga.


Leia mais em RFI Brasil

Leia também:
Como a capital mundial dos diamantes virou ponto de entrada da cocaína na Europa
Europol desmantela cartel que controlava um terço do tráfico de cocaína na Europa e prende 49
Como narcotráfico ganhou poder no Equador e violência no país explodiu em 5 anos