Após Doria falar em caso isolado, outro coronel da PM convoca policiais para 7 de setembro
Coronel da PM Homero Cerqueira usa o Instagram para fazer publicações contra João Doria e a favor de Jair Bolsonaro
Cerqueira reclamou dos salários recebidos pela PM de São Paulo e convocou colegas para manifestação pró-Bolsonaro de 7 de setembro
Na manhã desta segunda-feira, Doria anunciou o afastamento de outro coronel e falou que se tratava de um "caso isolado"
Na manhã desta segunda-feira (23), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que o coronel da Polícia Militar Alexander Lacerda foi afastado da corporação após publicações nas redes sociais. Nas postagens, o militar havia falado mal do governador e convocado amigos para as manifestações de 7 de setembro, a favor de Jair Bolsonaro.
Ao comentar a situação, Doria disse que se tratava de um caso isolado. Porém, logo após Alexander Lacerda ser oficialmente afastado, o coronel Homero Cerqueira publicou um vídeo no Instagram fazendo críticas ao tucano, reclamando dos salários dos PMs em São Paulo e chamando outros policiais para comparecerem na Avenida Paulista em 7 de setembro para apoiar Bolsonaro.
Em contato com a Secretaria de Segurança Pública, a pasta afirmou que a diferença entre os casos é que Lacerda era um coronel da ativa, enquanto Homero Cerqueira está na reserva. Por isso, o estado não poderia tomar medidas.
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"Policiais militares do estado de São Paulo, aqui quem fala é o coronel Homero. Em 7 de setembro, deveremos estar na Paulista em apoio ao nosso presidente da República, Jair Messias Bolsonaro. São Paulo recebe os piores salários de toda a federação", disse o PM, que depois faz críticas ao ex-presidente Lula (PT). Assista:
O coronel Homero ainda compartilhou vídeos de outros dois PMs, convocando os colegas para a manifestação em 7 de setembro.
Essa não foi a primeira publicação do coronel contra Doria e a favor da manifestação de 7 de setembro. Em uma publicação, ele compartilhou um vídeo do governador e escreveu: "A Polícia Militar não apoia o Doria". Em outra ocasião, ele publicou um vídeo de caminhões estampados com a foto de Jair Bolsonaro.
Coronel afastado
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), confirmou que afastou um coronel da PM que estava convocando amigos, familiares e colegas para participarem da manifestação a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que acontecerá no dia 7 de setembro.
Nas redes sociais, o coronel Alexander Lacerda fez publicações contra o Supremo Tribunal Federal e contra Doria. Segundo o governador de SP, trata-se de um "caso isolado".
"Quero dizer que este coronel, coronel Alexander Lacerda, acaba de ser afastado da Polícia de São Paulo por indisciplina. Ele foi comunicado agora pela manhã pelo general João Campos, secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, e pelo comandante geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Alencar. Aqui em SP nós não admitimos indisciplina em hipótese alguma, ele foi afastado", afirmou Doria em entrevista à rádio CBN.
"E responderá também porque aquilo que falou e pelas postagens que fez", continuou. Questionado sobre possíveis outros casos, o governador alegou que, caso aconteça novamente com outros PMs, eles terão "o mesmo destino".
Paulista em disputa
O governo de São Paulo definiu como ficará a divisão da Av. Paulista, palco tradicional de manifestações na capital. No dia 7 de setembro, acontecerá a manifestação a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), enquanto no domingo seguinte, 12 de setembro, o local receberá manifestantes contrários a Bolsonaro.
A informação foi dada pelo governador paulista, João Doria (PSDB), em entrevista à rádio CBN.
"As manifestações têm que ser respeitadas contra e favor. No dia 7, serão os manifestantes a favor do governo Bolsonaro, no dia 12 de setembro, os manifestantes contra o governo Bolsonaro. O que não vamos permitir, é que no mesmo lugar, no mesmo dia, se encontrem manifestantes contra e a favor. Isso, evidentemente, o governo de São Paulo, a Secretaria de Segurança Pública não vai permitir", declarou.
As manifestações de 7 de setembro, convocadas por Jair Bolsonaro, teriam como palco, inicialmente, Brasília. Depois, o presidente mudou o local e pediu para que os manifestantes se reunissem na Av. Paulista. No entanto, opositores do governo Bolsonaro já haviam convocado protestos no local para o mesmo dia.