Um grupo de artistas e educadores brasileiros está na reta final de uma excursão pelos Estados Unidos que teve como objetivo levar para universidades americanas saberes indígenas, bem como processos artísticos e educativos. Coordenada pela Voro’pi, uma plataforma pensada para ampliar a visibilidade das manifestações estéticas indígenas, a programação da viagem inclui palestras, exibição de filme e exposição.

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Encabeçado pela curadora e educadora Naine Terena, do povo Terena, pelo artista Gustavo Caboco, dos Wapichana, e pela professora paraense Jamille Pinheiro Dias, o grupo já passou por oito universidades, entre elas Berkeley, na Califórnia; John Hopkins, em Baltimore; Brown, em Rhode Island; Harvard, em Massachusetts; e Duke, na Carolina do Norte. De Boston, onde lecionou na Universidade Tufts, Naine conta ao GLOBO que as atividades alcançaram cerca de 300 pessoas desde que o giro começou, no dia 17 de fevereiro. Nesta sexta, ela retorna ao Brasil e avalia o saldo da experiência de maneira positiva.

— A troca foi muito boa em todos os lugares por onde passamos — diz Terena. — Aqui estão muito acostumados com os métodos de ensino, e nós mostramos outras possibilidades de aprendizagem a partir da arte. Caíamos na discussão da educação formal, universitária. Quando a gente traz o que a gente faz pra dentro desses ambientes, a gente também quebra o ritmo desses lugares — afirma a educadora.

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Como parte da programação, Gustavo Caboco inaugurou uma exposição no Centro de Estudos Latino-Americanos, em Berkeley. Com fotografias, desenhos, pintura e vídeos, “Coma colonial” apresenta um panorama do trabalho de Caboco, que pretende, por meio de sua obra, questionar apagamentos históricos pela afirmação das presenças indígenas.

— Gustavo aborda o tema colonial nessa exposição, algo que ele discute há anos em sua produção artística. Onde as histórias oficiais estão colocando as histórias não oficiais de povos negros e indígenas? — pergunta Naine Terena.