Atacante do Fluminense, Willian presta depoimento e admite que indicou empresa para Scarpa e Mayke

O atacante Willian Bigode, do Fluminense, que teve suas contas bancárias bloqueadas por decisão da Justiça de São Paulo, foi intimado pela Polícia Civil do Estado de São Paulo para prestar esclarecimentos sobre o caso de investimentos em criptoativos que envolve Gustavo Scarpa, hoje no Nottingham Forest, da Inglaterra, e Mayke, ainda no Palmeiras.

A dupla relatou ter perdido cerca de R$ 10,4 milhões em investimentos feitos em criptomoedas, intermediados pela empresa WLJC, que tem Willian Bigode como um dos sócios. O jogador do Fluminense, acompanhado dos seus advogados, esteve na última quinta-feira no 7ª Distrito Policial da Lapa, na zona oeste de São Paulo. Ele admitiu à polícia que comentou com Scarpa e Mayke sobre investimentos na Xland e que colocou a sua empresa de consultoria à disposição da dupla, segundo o GE.

Willian também confirmou que não teve nenhum benefício financeiro com o valor investido por Scarpa e Mayke. Em nota, a WLJC alegou que o atacante "se sente vítima" e teria sofrido prejuízos em investimentos da Xland no valor de R$ 17,5 milhões. A empresa diz que, apesar de prestar serviço de planejamento financeiro para Mayke, não atua como corretora. Ainda segundo o posicionamento, a empresa só prestou informações sobre a Xland e toda "relação contratual envolvendo o investimento em criptoativos" foi feita diretamente entre Mayke, Scarpa e a Xland.

Scarpa e Mayke ingressaram com ações judiciais que envolvem três empresas: a Xland, na qual fizeram investimentos, a WLJC Consultoria, que os dois alegam que realizou a indicação à primeira, além da Soluções Tecnologia Eireli, que realizou a intermediação dos pagamentos. Em boletim de ocorrência registrado em novembro do ano passado, os jogadores relataram ter recebido uma promessa de retornos de 3,5% a 5% e que investiram “por indicação e confiança depositada" em Willian. Scarpa, que aportou R$ 6,3 milhões, pediu rescisão do contrato e cobra o ressarcimento dos valores. Mayke relata ter investido R$ 4.083.000 e não ter conseguido sacar os valores de rentabilidade.

Os processos da dupla correm em Varas Cíveis diferentes em São Paulo. Em sua ação, Scarpa cobra rescisão do contrato e pleiteia o valor de R$ 5,36 milhões, decrescido de multa contratual em relação ao valor investido. A defesa do jogador tenta anular ou diminuir o valor dessa multa. Mayke, por outro lado, estaria cobrando R$ 4.583.789,31 em ressarcimento pelos investimentos mais R$ 3.250.443,30 relacionados à rentabilidade, em números divulgados pela emissora ESPN.

Scarpa, que aportou R$ 6,3 milhões, pediu rescisão do contrato e cobra o ressarcimento dos valores. Mayke relata ter investido R$ 4.083.000 e não ter conseguido sacar os valores de rentabilidade.