Ataque às urnas envolveu Abin e generais Ramos e Heleno, diz PF
Generais ligados ao governo repetiram teorias conspiratórias de Bolsonaro
Presidente começou a atacar o uso das urnas após ver a popularidade cair
Caso relatado por Moraes agora tramita dentro do inquérito das milícias digitais
Um inquérito da Polícia Federal mostra que os generais Luiz Eduardo Ramos e Augusto Heleno, além da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), estiveram envolvidos nos ataques realizados contra o uso das urnas eletrônicas.
De acordo com a entidade, a investigação começou no ano passado após uma live do presidente Jair Bolsonaro (PL), que inventou e deturpou dados para atacar instituições e processos democráticos.
Na ocasião, o chefe do executivo fez seu maior ataque ao sistema eleitoral, apresentando uma profusão de mentiras e teorias da conspiração sobre as urnas.
Relatado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o caso agora tramita dentro do inquérito das milícias digitais.
Queda de popularidade incomoda Bolsonaro
O presidente da República aumentou o tom das críticas contra as urnas após ser eleito por elas e ver a sua popularidade diminuir com as seguidas crises de sua gestão.
Assim como Bolsonaro, as Forças Armadas passaram a questionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e criaram uma tensão com o Judiciário por causa do alinhamento às teses conspiratórias.
O órgão deu um prazo para que Bolsonaro apresentasse provas sobre as supostas fragilidades do sistema eleitoral até agosto de 2021, mas quando se aproximava o fim do prazo o presidente convocou a respectiva live.
Entre os temas da transmissão, ele citou, sem provas, a suspeita de fraude na eleição de 2014, quando Dilma Roussef (PT) venceu o tucano Aécio Neves.
Bolsonaro utilizou como prova uma análise simplória sobre o suposto padrão nos números da apuração dos votos que deu a vitória para a petista. O material, era uma planilha com os números de votos feito por um técnico em eletrônica.