Ataque em Aracruz: atirador que invadiu escolas tinha livro de Hitler dado pelo pai
Pai de atirador que atacou escolas em Aracruz (ES) presenteou filho com livro escrito por Hitler;
Adolescente de 16 anos pediu obra ao pai que teria visto numa presente uma forma de se aproximar do rapaz, que não tinha amigos e falava pouco com os pais;
O pai do atirador é policial militar e foi afastado das atividades enquanto as investigações seguem.
O pai do adolescente que invadiu duas escolas do Espírito Santo armado e matou quatro pessoas presenteou o filho com o livro “Minha Luta”, escrito pelo ditador nazista Adolf Hitler.
A informação foi confirmada pela Polícia Militar do estado. Escrito em 1923 e proibido em algumas cidades brasileiras, a obra divulga ideias antissemitas.
Os ataques ocorreram na sexta-feira (25), na cidade de Aracruz. Um rapaz de 16 anos se vestiu com roupa militar e colete à prova de balas e, utilizando uma arma do pai, que é policial, ele invadiu uma escola pública e outra unidade particular. Nas duas, matou quatro pessoas e deixou 12 feridas.
O atirador estava com o rosto coberto no momento do crime e utilizava uma espécie de braçadeira com símbolo nazista.
Em depoimento, ele confessou ter lido trechos do livro de Hitler. A informação foi confirmada pelo portal UOL Notícias, que ouviu o delegado André Jaretta nesta segunda-feira (28).
"Esse adolescente leu parte desse livro", disse o delegado, responsável pela investigação do caso.
Segundo apuração do UOL, o adolescente pediu o livro ao pai que comentou com colegas de trabalho ter visto nisso uma forma de se aproximar do rapaz, que não tinha amigos e falava pouco com familiares dentro de casa.
O pai foi afastado das atividades na Polícia Militar enquanto a investigação do caso segue. A corregedoria da PM abriu procedimento para apurar se ele também teria cometido algum crime.
Atirou aleatoriamente
Segundo informações da polícia, o atirador não tinha alvos e saiu atirando aleatoriamente nas duas escolas.
"Na versão apresentada por ele, escolheu aleatoriamente. Como ele acessou a primeira escola pelos fundos, e a primeira sala era a dos professores, foi a sala que ele teve o acesso mais fácil. Todavia, vamos aprofundar ainda mais quanto a isso (...) Não tinha um alvo específico, simplesmente queria praticar o atentado. Atirou aleatoriamente nas pessoas que estavam ali naquele momento", disse o delegado André Jaretta ao UOL.