Aung San Suu Kyi é condenada a quatro anos de prisão; ongs denunciam asfixia da oposição em Mianmar
- Opa!Algo deu errado.Tente novamente mais tarde.
- Aung San Suu KyiPolítica e ativista birmanense; Nobel da Paz de 1991
A ex-chefe de governo birmanesa Aung San Suu Kyi foi condenada nesta segunda-feira (6) a quatro anos de prisão por incitação de distúrbios à ordem pública e violação das regras sanitárias relacionadas com a Covid-19. Esta é a primeira sentença de uma série de inquéritos que poderiam obrigar a líder política, símbolo da democracia em Mianmar, a passar décadas presa. Ongs e governos ocidentais denunciam um processo orquestrado pelas Forças Armadas para asfixiar a oposição no país.
A prêmio Nobel da Paz, de 76 anos, está em prisão domiciliar desde o golpe de Estado de 1º de fevereiro que colocou fim, de maneira brutal, à transição democrática que estava em curso em Mianmar havia uma década. Julgada desde junho, San Suu Kyi foi indiciada por várias infrações: importação ilegal de walkie-talkies, conspiração, fraude eleitoral e corrupção, entre outras. Mas observadores internacionais denunciam um processo político, com o objetivo de impedir a atuação da vencedora das eleições de 2015 e 2020.
O ex-presidente Win Mynt também foi condenado à mesma pena, mas os dois líderes não serão presos por ora. Eles devem enfrentar outros julgamentos antes, na capital Naypyidaw.
A condenação por incitação de distúrbios à ordem pública foi associada a declarações publicadas pelo partido de San Suu Kyi, a Liga Nacional pela Democracia (LND). Pouco depois do golpe de Estado, o sigla condenou a tomada do poder pelos militares.
Com informações da AFP
Leia mais
Leia também:
Mianmar: julgamento de Aung San Suu Kyi começa sob forte esquema de segurança
San Suu Kyi é julgada por corrupção, enquanto confrontos entre militares e resistência aumentam em Mianmar
Mianmar libertará milhares de presos que se opuseram a golpe de Estado