Avaliada em R$ 1 bi, QI Tech oferece fintechs 'pensadas' a indústrias e 'bolepix'
A QI Tech, empresa de tecnologia voltada para serviços financeiros e primeira Sociedade de Crédito Direto (SCD) aprovada pelo Banco Central, cresceu mais de 500% nos últimos dois anos. "A fintech foi avaliada em R$ 1 bilhão pelo cheque do fundo soberano de Singapura em novembro de 2021 e, em 2022, a empresa que oferece Bank as a Service para os clientes prosperou, principalmente, em serviços como cartão, em análises de cadastros e anti-fraude.
Para 2023, a fintech pretende apostar nas operações em ambientes conhecidos para driblar o cenário macroeconômico instável. “Ao invés de trabalhar somente com o conceito de fintech, a gente tem o conceito de embedded finance, que é você possibilitar que uma grande indústria também tenha a sua própria fintech”, afirma Marcelo Bentivoglio, sócio estrategista da fintech.
De acordo com Bentivoglio, essa “fintechzação” das empresas têm um grande potencial de crescimento, mesmo em um cenário em que o mercado está mais desafiador. “Uma empresa de serviço de delivery, por exemplo, tem milhões de usuários. Ela já conhece esses usuários: onde ele consome, quantas vezes por semana ele consome”, explica o executivo. “Essas informações transacionais são super valiosas quando você vai fazer uma análise de crédito para oferecer um produto financeiro”, revela.
Além de apostar no embedded service, a QI Tech também investe na oferta de serviços como o “bolepix”, um híbrido entre o boleto e o Pix. “No bolepix, eu mando o boleto e o Pix dentro do mesmo documento. Se o cliente pagar pelo boleto, o QR code do Pix não vale mais. Se ele pagar pelo QR code do Pix, naturalmente aquele boleto não vale mais”, afirma Bentivoglio. A QI Tech é quem fica responsável por fazer todo o processo de controle e cancelamento da modalidade de pagamento não escolhida.
A QI Tech movimentou R$ 5,8 bilhões em operações só no ano passado - um aumento de mais de R$ 1,6 bilhão em relação a 2021. Para 2023, a expectativa é de crescer entre 40% e 50%. “Queremos fechar em torno de R$ 10 bilhões”, conclui Marcelo Bentivoglio.
Mercado de Bank as a Service
Segundo dados da agência de pesquisa Future Market Insights, a expectativa é que o alcance do Bank as a Service chegue a US$ 12,2 bilhões em todo o mundo até 2031. Isso representa um crescimento de 15,7% ao ano.
De acordo com pesquisa do Instrospective Market Research, o Brasil teve representa 73% do mercado de Bank as a Service na América do Sul, com um movimento de US$ 1,3 bilhão em 2021. O mercado brasileiro se mostra muito promissor para o segmento: para efeito de comparação, o continente latino-americano teve uma receita de US$ 1,9 bilhão no mesmo período.