Banco Central aumenta Selic para 13,25% (oficial)
O Banco Central elevou nesta quarta-feira a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, a 13,25%, nĂvel mais alto desde janeiro de 2017, moderando o ritmo da escalada com a qual tenta frear a inflação persistente.
A alta da Selic, anunciada apĂłs uma reuniĂŁo do ComitĂȘ de PolĂtica MonetĂĄria (Copom), Ă© a 11ÂȘ seguida desde março de 2021, quando a taxa se encontrava na mĂnima histĂłrica de 2%.
A magnitude do aumento coincidiu com a expectativa do mercado, segundo a mediana de uma pesquisa do jornal "Valor" divulgada ontem, que ouviu 90 consultorias e instituiçÔes financeiras. AlĂ©m disso, o aumento de 0,5 ponto percentual Ă© o menor do ciclo de altas, apĂłs trĂȘs movimentos de um ponto percentual, precedidos de trĂȘs saltos de 1,5 ponto percentual entre outubro e fevereiro.
Com a decisão, a autoridade monetåria deu continuidade à sua estratégia de conter os aumentos dos preços do varejo, que subiram 11,73% em 12 meses até maio.
- Deterioração externa -
"O ambiente externo seguiu se deteriorando desde a Ășltima reuniĂŁo, em maio, marcado por revisĂ”es negativas para o crescimento global prospectivo em um ambiente de pressĂ”es inflacionĂĄrias", assinala o comunicado do Copom.
No nĂvel local, "a inflação ao consumidor continuou surpreendendo negativamente, tanto em componentes mais volĂĄteis quanto em itens associados Ă inflação subjacenteâ, indicou o comitĂȘ.
A inflação ao consumidor brasileiro situou-se em 0,47% no mĂȘs de maio, um recuo em relação ao 1,06% registrado em abril, segundo dados oficiais. Mas acumulou 4,78% nos primeiros cinco meses do ano, aproximando-se do teto da meta para este ano, que Ă© de 5%.
O mercado prevĂȘ uma inflação de 8,89% no fim de 2022, segundo o boletim Focus, do Banco Central. Os aumentos nos preços dos combustĂveis e dos alimentos, impulsionados pelo conflito entre RĂșssia e UcrĂąnia, representaram um impacto adicional Ă inflação ascendente da primeira economia latino-americana.
De olho em 2023, o Copom tenta que a inflação coincida com a meta de 3,25% para esse perĂodo. Mas as expectativas continuaram subindo atĂ© 4,6% para o ano que vem, quando em maio passado eram de 4%, segundo a pesquisa do Valor.
Diante de uma inflação que deixa o horizonte turvo, o Copom antecipou uma nova alta dos juros "de igual ou menor magnitude" na próxima reunião, em agosto.
Tanto o Banco Central quanto o mercado veem o fechamento do ciclo de ajuste monetĂĄrio como prĂłximo, mas o Copom definirĂĄ os prĂłximos passos "com cautela adicional", dada "a crescente incerteza da atual conjuntura", assinalou.
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