Bispos anunciam medidas em resposta aos casos de abusos sexuais de crianças na Igreja Católica em Portugal

REUTERS - PEDRO NUNES

O anúncio veio 18 dias após a divulgação do relatório da Comissão Independente que investigou os abusos. De acordo com o documento, das 564 denúncias recebidas, 512 foram confirmadas, mas a comissão alertou que o número deve ser entendido como a “ponta do iceberg”, e que poderá haver quase 5 mil vítimas de abusos sexuais desde 1950.

Fábia Belém, correspondente da RFI em Portugal

Nesta sexta-feira (03), os bispos se reuniram em Fátima, em assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). Logo no início do evento, integrantes da Comissão Independente entregaram a lista com os nomes de 100 suspeitos de terem abusado de crianças, sendo que alguns continuam exercendo atividades religiosas.

Durante a coletiva de imprensa, convocada para anunciar as medidas para responder aos casos de abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e bispo de Leiria-Fátima, D. José Ornelas, disse que caberá ao bispo de cada diocese a decisão de afastar preventivamente os padres cujos nomes constam na lista entregue pela Comissão.

“Cada bispo tem de ver, à luz do direito civil e do direito canônico, quais as medidas apropriadas a tomar”, explicou.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa afirmou que se trata de uma investigação difícil e que a Igreja não pode afastar seus membros sem provas.

A igreja católica reafirmou o “firme propósito de tudo fazer para que os abusos não se voltem a repetir”, e insistiu que “as feridas infligidas às vítimas são irreparáveis.”


Leia mais em RFI Brasil

Leia também:
Pedofilia: Igreja Católica de Portugal abusou de quase 5 mil crianças desde 1950