Pequeno roteiro para quem nunca ouviu o som de Johnny Winter

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Semanas atrĂĄs eu escrevi um texto a respeito da morte do Johnny Winter e de como ele foi um cara absolutamente sensacional em sua carreira – que vocĂȘ pode ler aqui. TambĂ©m prometi que iria fazer um pequeno guia para aquelas pessoas que jamais tinham ouvido o som do cara, torcendo para que toda sua obra seja descoberta por quem jamais se interessou pela maravilhosa mistura de rock and roll e blues.

Promessa Ă© dĂ­vida, nĂ©? Pois aqui estĂĄ. Lembre-se que o critĂ©rio que sigo neste pequeno roteiro visa introduzir a pessoa que nunca ouviu falar do Johnny Winter ao universo do albino maluco. Esqueça o papo “melhores discos”, “tĂĄ faltando o ĂĄlbum, X, Y ou Z” e outras ‘trolladas’ bĂĄsicas. Vamos lĂĄ...

STILL ALIVE AND WELL (1973)
Se puder, comece por este Ăłtimo ĂĄlbum, que traz uma sĂ©rie de regravaçÔes de cançÔes de outros grupos e artistas. Evidentemente, a personalidade do guitarrista era tĂŁo forte que vocĂȘ quase vai acreditar que “Rock Me Baby” (de Big Bill Broonzy), “Silver Train” e “Let It Bleed” (ambas dos Rolling Stones), “Lucille” (de Little Richards) e “From a Buick 6” (de Bob Dylan) foram compostas pelo albino doido. Discaço absurdo!

JOHN DAWSON WINTER III (1974)
John Lennon gostava tanto de Johnny Winter e de seu som que ofereceu a ele a oportunidade de gravar uma canção inĂ©dita, “Rock & Roll People”, composta em 1971 e nunca usada pelo ex-Beatle. O guitarrista nĂŁo sĂł aceitou como botou-a para abrir este sensacional ĂĄlbum. O modo como ele aborda o blues em “Sweet Papa John”, com vĂĄrias guitarras sobrepostas em overdubs, parece coisa de extraterrestre – e vai ver que era mesmo! Tem atĂ© duas lindas baladas, “Lay Down Your Sorrows” e “Stranger”, mostrando que Winter tambĂ©m era um sujeito sensĂ­vel na hora de baixar a velocidade.

CAPTURED LIVE! (1976)
Este Ă© um dos melhores discos ao vivo de TODOS os tempos de QUALQUER gĂȘnero musical! É sĂ©rio! Chegar ser inacreditĂĄvel a carga de adrenalina e testosterona que emana deste ĂĄlbum. O velho Johnny simplesmente tritura pauladas como “Roll With Me” (de seu antigo parceiro Rick Derringer, outro Ăłtimo guitarrista) e “It’s All Over Now” (de Bobby Womack), despejando uma saraivada atordoante de licks e solos inacreditĂĄveis. O que ele faz na versĂŁo de “Highway 61 Revisited”, de Bob Dylan – solando insanamente acompanhado apenas da bateria – Ă© daqueles momentos que deveriam ser eternizados na histĂłria da Humanidade.

JOHNNY WINTER AND (1970)
NĂŁo Ă© por acaso que encerro este pequeno guia para “novatos em Johnny Winter” com este disco arrebatador. NĂŁo apenas porque traz o inĂ­cio da parceria com Derringer, ex-The McCoys - lembra da clĂĄssica “Hang on Sloopy”? É dele -, eternizada aqui por um verdadeiro hino, “Rock and Roll, Hoochie Koo”, mas porque marca muito bem a entrada do albino em um universo mais rocker, sem abandonar sua predileção pelo blues dos ĂĄlbuns anteriores. Outra discaço!

Bem, agora que vocĂȘ foi apresentado pela primeira vez ao universo de Johnny Winter, sugiro que vocĂȘ ouça o restante dos ĂĄlbuns seguindo uma ordem cronolĂłgica. Inicie pela rusticidade maravilhosa dos trĂȘs primeiros discos – Second Winter, The Progressive Blues Experiment e Johnny Winter (todos lançados em 1969) – e siga em frente com outras duas pauladas ao vivo, Live (1971) e Together (de 1976, gravado ao lado do irmĂŁo Edgar, tambĂ©m albino). Depois, ouça os excelentes Saints & Sinners (1974) e Nothin’ But the Blues (1977), e entĂŁo vĂĄ atĂ© o final de sua discografia.

Pode apostar: vocĂȘ vai me agradecer por isto.

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