Combate ao racismo, feminicídio e ódio inspiram fantasias em blocos do Rio
O domingo de carnaval começou com os blocos mais tradicionais do Rio reunindo multidões com mensagens importantes de combate ao racismo, feminicídio e ódio.
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A folia teve início às 7h com o desfile do Boi Tolo, que começou na Candelária, no Centro do Rio. Conhecido por ser o mais antigo bloco não oficial do Rio, avançou pelas ruas do Centro e arrastou foliões. Entre as fantasias, destaque para as críticas sociais. Uma foliã fez questão de dedicar sua fantasia ao chamado privilégio branco:
- Esse é o segundo ano que me visto de uma forma divertida, mas que expresse meu descontentamento com o racismo estrutural que a gente vive. No ano passado saí de Branca Maluca, como entra ano e saí ano e a gente continua enfrentando os mesmos problemas, esse ano resolvi ironizar o privilégio branco - disse, advogada Yamê Lopes de 33 anos.
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Além do Boi Tolo, o Bangalafumenga, no Aterro do Flamengo, também contou com mensagens importantes. Um grupo de amigos montou um time de futebol americano. A estampa da camisa do grupo tem várias frases contra o ódio, feminicídio e pedofilia.
No Boitatá, um grupo de amigos fez uma fantasia inspirada no profeta Gentileza, que nos anos de 1980 começou a fazer inscrições sob viadutos no Rio.
Já as gêmeas Karem e Luana Mota saíram da Zona Norte para curtir o Bangalafumenga.
- É um alívio estar aqui, livre e sem máscara. Estamos vacinadas com todas as doses e o braço está pronto para receber mais uma se precisar.
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O médico Felipe Maia se fantasiou de "Xurras da jogada", um perfil de uma rede social.
- Eu fiquei vendo os vídeos para aprender cada passinho - disse o folião.
Já no Boitatá, no Centro do Rio, o sol foi um dos temas das fantasias. As amigas Maili Basbaum e Camila Vasconcelos estavam em dose dupla:
- Não queremos chuva. Para brincar o carnaval é mais gostoso assim. Então, viemos a caráter para ver se chama o nosso querido sol para dar luz nesse carnaval - disse a bacharel em direito Maili, de 29 anos, que se preparou para curtir o Boitatá junto com sua amiga Camila, nutricionista de 26 anos, que comprou a fantasia especialmente para atrair o calor.
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A engenheira mecânica Luana Contreira fugiu do frente fria de Porto Alegre para curtir o seu primeiro carnaval carioca:
- Vai dar sorte esse solzinho, não quero nem voltar a morar na minha cidade mais - contou a visitante.
Globo News Fake faz sucesso entre os foliões. Muitas vezes confundidos com as equipes da emissora, Matheus Blois eTauat Resende dizem que são a equipe “que nunca desliga” e estão indo assim para todos os blocos.
*Estagiárias sob a supervisão de Vera Araújo