Bolsonaro chama Biden de Trump após elogiar encontro com presidente dos EUA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro (PL) cometeu ato falho na noite desta sexta-feira (10) e confundiu o mandatário dos Estados Unidos, Joe Biden, com seu antecessor e aliado, Donald Trump.
"Ontem tivemos [reunião] bilateral com o presidente Trump... [risos] Desculpa o ato falho. Joe Biden tratando.. Ah, vai ser escândalo na imprensa aí, né", disse Bolsonaro em sua transmissão semanal nas redes sociais.
"Com o presidente Joe Biden [estivemos] numa [reunião] bilateral tratando de vários assuntos. E, numa reservada, que obviamente durou 30 minutos, ficamos ali a um metro de distância, sem máscara, e tratando de assunto de interesse dos nossos países e que interessa pro mundo todo", corrigiu em seguida.
O encontro entre Biden e Bolsonaro em Los Angeles foi o primeiro desde que o americano foi eleito no ano passado. "Foi muito melhor do que eu esperava", afirmou o brasileiro, ao voltar para o hotel em que está hospedado. "Posso dizer que estou maravilhado com ele."
O presidente está na cidade da Califórnia para a Cúpula das Américas. A 9ª edição do evento, organizada pelos EUA, foi idealizada como uma forma de simbolizar o retorno da liderança em assuntos latino-americanos sob comando do democrata.
Durante a Presidência de Trump, a região ficou em segundo plano, e o então presidente chegou a faltar ao evento em 2018, tornando-se o primeiro líder americano a negligenciar o encontro.
Admirador declarado do republicano, Bolsonaro apoiava abertamente sua reeleição. Já falou, em mais de uma ocasião, que houve indícios de fraudes nas eleições norte-americanas, reverberando o discurso trumpista, sem provas.
Membros da comitiva em Los Angeles consideram que a visita pôs um ponto final na crise entre os mandatários, que não se falaram durante um ano e meio.
Após a reunião, a Casa Branca divulgou um comunicado em que chamou a parceria entre EUA e Brasil de "vital para os esforços internacionais para lidar com a crise climática e garantir a paz". O governo americano também reafirmou o apoio para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o clube dos países ricos.
Já Bolsonaro disse a jornalistas em Los Angeles que a conversa foi "bastante franca" e que abordaram "muitas coisas técnicas estratégicas".