Bolsonaro diz que coronel Brilhante Ustra foi 'herói nacional'
O presidente Jair Bolsonaro classificou, na manhã desta quinta-feira (8), como “herói nacional” o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que comandou o DOI-Codi durante a ditadura militar.
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A fala de Bolsonaro aos jornalistas, feita nas grades do Palácio da Alvorada, aconteceu quando o presidente justificava a visita da viúva de Ustra, Maria Joseíta Silva Brilhante Ustra, agendada para às 12h desta quinta.
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“Tem um coração enorme. Eu sou apaixonado por ela. Não tive muito contato, mas tive alguns contatos com o marido dela enquanto estava vivo. Um herói nacional que evitou que o Brasil caísse naquilo que a esquerda hoje em dia quer”, afirmou o presidente.
Ustra comandou, entre 1971 e 1974, o DOI-Codi – símbolo dos porões da ditadura, anexado à estrutura do antigo II Exército, em São Paulo. Nos últimos anos, procuradores da República em São Paulo vinham tentando processá-lo por tortura e morte de vários militantes que foram encarcerados nas dependências daquela unidade militar. Em outubro de 2008, Ustra foi declarado torturador pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
NOME JÁ CITADO POR BOLSONARO
Durante a votação do impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, Bolsonaro citou e exaltou o nome de Ustra. “Perderam em 1964, perderam agora em 2016. Contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, o meu voto é sim.”
Dias depois da fala, a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro (OAB-RJ), comandada à época por Felipe Santa Cruz - atual presidente nacional -, pediu a cassação do mandato do então deputado por quebra de decoro parlamentar e apologia à tortura.