“Brasil é uma das piores nações para as mulheres viverem”, alerta juíza em Paris

© Adriana Brandão/RFI

Idealizadora da campanha Sinal Vermelho, a juíza Renata Gil, da Corregedoria Nacional de Justiça, esteve em Paris para um intercâmbio de ideias a respeito do combate à violência sofrida por mulheres. Ela participou de encontros com representantes da França e de países latino-americanos.

“A campanha Sinal Vermelho está toda consolidada na Lei 14.188 e já é lei também em 25 dos 27 estados brasileiros”, explica Gil. “O mecanismo é muito simples: uma mulher ameaçada faz um X na palma da mão com um batom e, silenciosamente, mostra esse sinal de socorro em um estabelecimento comercial, em bancos, cartórios ou mesmo na rua”. Um sinal de alerta que, na sequência, pode ser facilmente apagado da mão.

“A polícia é acionada por quem vê o sinal de socorro e ela entra numa rede de proteção; é um incentivo para que as mulheres denunciem, pois além de a violência ser praticada em casa, na clandestinidade, pelo companheiro, esposo ou o namorado, as mulheres não conseguem fazer essa denúncia por vergonha, por medo, por insegurança do que possa acontecer com ela e com os seus filhos”, explica.

A juíza carioca relata que o objetivo é que esse sinal vermelho se transforme em código internacional e ressalta a importância da divulgação. “A campanha vai fazer três anos em junho e já até vestimos o Cristo redentor com o sinal vermelho”. Ela conta que grandes instituições, como o Banco do Brasil, treinaram os funcionários para que identificassem o X. “Também incentivamos para que as pessoas denunciem o assédio no local de trabalho”, acrescenta.


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