Brasil ganha 1,4 milhão de trabalhadores informais em 2 anos
Brasil ganhou 1,42 milhão de trabalhadores informais entre o primeiro trimestre de 2020 e os primeiros três meses deste ano;
Entre janeiro e março de 2022, a quantidade de informais atingiu 38,203 milhões;
Sudeste e Nordeste são as regiões com a maior quantidade de trabalhadores informais.
Com a renda média dos trabalhadores brasileiros despencando nos últimos anos, muitos recorreram à informalidade para pagar as contas no final do mês.
Segundo cálculos feitos pelos pesquisadores do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), Janaína Feijó e Paulo Peruchetti, em cima de dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, o Brasil passou a ter 1,42 milhão de trabalhadores informais entre o início da pandemia, no primeiro trimestre de 2020, e o mesmo período de 2022.
Leia também:
Divulgação para nota de R$ 200 custou mais do que campanha de prevenção contra Covid-19
Bilionários americanos ficaram quase US$ 2 trilhões mais ricos durante pandemia
Na China, algoritmo de aplicativo de delivery dita ritmo frenético a entregadores
Entre janeiro e março deste ano, a quantidade de informais atingiu 38,203 milhões. É o maior número de pessoas nessa situação desde o começo da série histórica, em 2015.
Segundo especialistas, mesmo com o mercado de trabalho voltando ao patamar pré-pandemia, a qualidade de funções criadas diminuiu.
Para Feijó, "muitos desses novos postos foram gerados por meio do trabalho informal, é uma recuperação impulsionada por funções que exigem menor escolaridade e geram rendimentos menores”.
A contagem incluiu trabalhadores do setor privado sem carteira assinada e empregadores e trabalhadores autônomos sem CNPJ.
Os dois últimos anos também apresentaram disparidades regionais, com o aumento de 527,1 mil empregados informais nos estados do Sudeste e 370,7 mil no Nordeste. São as regiões que abarcam a maior quantidade de trabalhadores ocupados.
*Com informações do jornal Folha de S. Paulo.