No auge da pandemia, mais de mil cidades brasileiras admitem risco de desabastecimento de oxigênio
Auge da pandemia no Brasil ameaça estoque de oxigênio em mais de mil municípios
Levantamento de secretarias alerta também para falta de equipamentos primordiais como luvas e máscaras
Autoridades da área alertaram para o que poderia ser um colapso nacional pela falta do insumo utilizado no combate contra à Covid-19
Mais de mil municípios relataram, em levantamento, preocupação sobre estoque de cilindros de oxigênio e eventual risco de desabastecimento nos próximos dias se a curva de casos da Covid-19 se mantiver em alta. Outro problema a se solucionar com urgência são entraves junto a fornecedores do insumo.
Os dados são de um balanço realizado pelo Conasems, conselho composto por secretários municipais de Saúde, e foram divulgados pelo jornal Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (08).
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De acordo com o órgão, o total de municípios com problemas no insumo, essencial para tratamento de pacientes com Covid-19, pode ser ainda maior, já que nem todos os gestores responderam ao questionário. Mais de 2.400 municípios enviaram os dados ao Conasems. Segundo a Folha de S. Paulo, o levantamento foi iniciado em março e terminou no último dia 6.
Mais de mil municípios comunicaram haver risco de desabastecimento do insumo em ao menos uma unidade em até dez dias. Fato que, Blenda Pereira, assessora técnica do conselho, indica que pode ser ainda mais preocupante por alguns municípios terem respondido ao questionário logo nos primeiros dias da realização do levantamento. A técnica classificou o cenário, à Folha de S. Paulo, como um "problema nacional.
Problema precisa ser monitorado nos próximos dias
Com a pandemia descontrolada no país — o Brasil chegou a registrar mais de 4 mil mortes diárias pela Covid-19 — o problema pode se alongar. Por isso, Mauro Junqueira, secretário-executivo do Conansems, afirma ao jornal que o cenário ainda é preocupante e precisa ser monitorado.
"Mas, como o número de pacientes ainda cresce, há risco", diz Mauro Junqueira, secretário-executivo do Conasems. Segundo ele, ações recentes parecem ter ajudado a evitar um problema mais grave. "Ainda é um cenário preocupante, que temos de monitorar", afirma.
Também faltam outros insumos
De acordo com a Folha de S. Paulo, alegações como "tem dias que não há cilindros suficientes para serem abastecidos, e tem dias que o fornecedor não tem estoque de entrega" ou "há dificuldade de manter o estoque" foram frequentemente enviadas junto com as respostas.
O levantamento também fez questionamentos em relação a falta de outros insumos. Luvas, máscaras e aventais foram os mais citados como aqueles que apresentam baixo estoque com frequência, fato que preocupa por serem equipamentos essenciais para profissionais de saúde na linha de combate à Covid-19.