Células solares híbridas apresentam bom desempenho em teste no espaço
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, trouxe resultados animadores quanto ao desempenho de células solares orgânicas e compostas pelo mineral perovskita. Durante os testes, eles observaram que essas células têm um bom desempenho e são mais finas e leves - características importantes para a ciência espacial. Os resultados do estudo foram publicados na revista Joule.
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Para o estudo, essas células híbridas foram introduzidas na carga útil de um foguete lançado na Suécia, que fez uma breve viagem suborbital a uma altitude máxima de 240 km. As células solares resistiram às condições extremas do lançamento e do voo, e conseguiram absorver a luz solar com sucesso nos sete minutos passados no ambiente espacial, mostrando um excelente desempenho.
O grande diferencial aqui é essa formação híbrida dessas células solares: enquanto a produção de células solares de silício exige processos complexos, as células de perovskita e condutores semi-orgânicos podem ser produzidas mais facilmente. “Essas soluções orgânicas são muito fáceis de serem processadas”, explica Lennart Reb, autor líder do estudo. “Essas tecnologias poderão abrir novas possibilidades de aplicação - e isso também vale para além do setor aeroespacial”.
Como o teste foi breve, os pesquisadores pretendem estendê-lo para satélites para analisarem como as células se comportam em períodos mais longos. Outro fator interessante é que essas células conseguiram absorver energia mesmo sem estarem na direção do Sol, ou seja, elas podem ser capazes de utilizar até a luz solar mais fraca - algo que as células solares tradicionais não fazem. “Isso confirma que a tecnologia pode ir a missões no espaço profundo, em que elas vão para longe do Sol, onde células convencionais não funcionam”, comenta Müller-Buschbaum, professor participante do estudo. Para ele, o futuro desse tipo de tecnologia é algo animador, e deverá trazer essas células para mais aplicações espaciais no futuro - e, claro, aqui na Terra também.
Fonte: Canaltech
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