Caetano Veloso presta homenagem a Bruno Pereira e Don Phillips em show em Brasília
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- Caetano VelosoMúsico, produtor, arranjador e escritor brasileiro
Caetano Veloso prestou uma homenagem a Bruno Pereira e Don Phillips durante apresentação em Brasília de seu novo show, parte da turnê “Meu coco”, neste sábado (18).
Em um momento da apresentação, realizada no Auditório Ulysses Guimarães, o cantor abriu no palco uma bandeira com os rostos do indigenista brasileiro e do jornalista inglês. A arte é do ilustrador Cristiano Siqueira.
Na última semana, durante a abertura da turnê no Rio de Janeiro, o artista já havia se manifestado sobre o caso. Na ocasião, antes da confirmação do assassinato, ele cobrou que se descobrisse o paradeiro dos dois.
Grande @caetanoveloso! Queremos JUSTIÇA POR DOM E BRUNO! pic.twitter.com/BDFt8WrTzv
— Randolfe Rodrigues (@randolfeap) June 19, 2022
Entenda o caso
Bruno e Dom estavam desaparecidos desde o dia 5 de junho. Neste sábado, a Polícia Federal confirmou que os restos mortais enviados do Amazonas a Brasília são do indigenista. Os “remanescentes” do jornalista também já foram identificados.
Segundo a PF, Bruno e Dom foram mortos por disparos de uma arma “com munição típica de caça, com múltiplos balins”. O indigenista licenciado da Funai foi atingido no tórax, abdômen e na cabeça. O britânico foi ferido apenas no tórax e abdômen, de acordo com o laudo. Os restos mortais foram encontrados em local apontado por Amarildo da Costa de Oliveira, que confessou participação no assassinato.
Ontem, a PF também confirmou que um terceiro suspeito se entregou na delegacia de Atalaia do Norte, no Amazonas: Jeferson da Silva Lima. Ele confessou seu envolvimento com os assassinatos, mas negou ter atirado contra as vítimas. O GLOBO apurou que Jeferson disse aos investigadores ao chegar à delegacia que "tem mais gente na comunidade envolvida".
Os investigadores da PF acreditam não haver mandante para o crime. Nesta sexta-feira, no entanto, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari rebateu uma nota da PF sobre não haver mandante por trás da morte de Bruno Pereira e de Dom Phillips. "O requinte de crueldade utilizados na prática do crime evidenciam que eles estavam no caminho de uma poderosa organização criminosa que tentou à todo custo ocultar seus rastros durante a investigação", destacou a Univaja.
Segundo a entidade, o grupo de caçadores e pescadores profissionais, envolvido no assassinato de Pereira e Phillips, foi descrito em documentos enviados ao MPF, à Funai e à PF. "A PF desconsidera as informações qualificadas, oferecidas pela UNIVAJA em inúmeros ofícios. Tais documentos apontam a existência de um grupo criminoso organizado atuando nas invasões constantes à Terra Indígena Vale do Javari", disse a entidade em nota.