"Câmara de gás na viatura": PRF diz que técnica usada é 'de menor potencial ofensivo'
Imagens mostram agentes colocando homem em viatura e fazendo "câmara de gás"
IML confirmou morte por asfixia e insuficiência respiratória
PRF afirma que vítima resistiu à abordagem
Em nota, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) afirmou que agentes usaram “técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo”, em abordagem que resultou na morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, em Sergipe. O homem negro foi imobilizado por policiais da PRF e colocado no porta-malas de uma viatura e morreu de asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda, segundo laudo do Instituto Médico Legal (IML).
“Na data de hoje, 25 de maio de 2022, durante ação policial na BR-101, em Umbaúba-SE, um homem de 38 anos resistiu ativamente a uma abordagem de uma equipe PRF. Em razão da sua agressividade, foram empregados técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo para sua contenção e o indivíduo foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil em Umbaúba”, afirma a nota.
Segundo a SSP, mais exames estão sendo feitos, mas o corpo já foi liberado do IML para o velório, que ocorre na casa de sua mãe, no povoado Mangabeira, em Santa Luzia do Itanhy. A vítima era casada e deixa um filho.
De acordo com a família, o homem tinha esquizofrenia e tomava remédios controlados há cerca de 20 anos.
“Durante o deslocamento, o abordado veio a passar mal e socorrido de imediato ao Hospital José Nailson Moura, onde posteriormente foi atendido e constatado o óbito”, relata a nota da corporação. “A equipe registrou a ocorrência na Polícia Judiciária, que irá apurar o caso. A Polícia Rodoviária Federal em Sergipe lamenta o ocorrido e informa que foi aberto procedimento disciplinar para averiguar a conduta dos policiais envolvidos”.
A Polícia Federal também irá averiguar as circunstâncias da morte de Genivaldo. A situação é acompanhada pela Ordem dos Advogados do Brasil em Sergipe, que disse em nota que "tem respeito pelas instituições, mas não compactua com qualquer tipo de violência ou de tortura".