Câmeras identificam mais 23 suspeitos de invadir Senado durante atos de 8 de janeiro
Presidente do Congresso deve pedir ainda nesta semana a investigação dessas pessoas
(Joedson Alves/Anadolu Agency via Getty Images)
Câmeras do circuito interno de segurança do Senado identificaram mais 23 suspeitos de invadir o Congresso Nacional durante os atos golpistas de 8 de janeiro. Todos escaparam antes de serem presos pela Polícia Legislativa.
E agora? A expectativa é de que o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD), apresente ainda nesta semana uma nova representação à Procuradoria-Geral da República para que as 23 pessoas sejam investigadas.
Quem são os identificados? Os nomes não foram divulgados, mas constam em um inquérito do STF (Supremo Tribunal Federal), sob a responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes.
Qual a acusação? Os identificados podem responder pelos crimes:
Associação criminosa armada;
Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
Dano qualificado pela violência e grave ameaça com emprego de substância inflamável contra o patrimônio da União;
Deterioração de patrimônio tombado.
Embora Moraes tenha apontado a possibilidade de terrorismo, a PGR não usou esse tipo penal para denunciar os envolvidos. O argumento é que seria necessário que os crimes fossem cometidos "por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião" – o que ainda não foi comprovado.
Condenações e bloqueios. Na semana passada, a PRG pediu ao STF a condenação de 39 pessoas suspeitas de envolvimento nos atos que deterioraram o prédio do Senado. Também solicitou o bloqueio de R$ 40 milhões de bens dos alvos da acusação.
Já a Advocacia-Geral da União (AGU) requisitou à Justiça Federal do DF o bloqueio de R$ 18,5 milhões pertencentes a pessoas e empresas suspeitas de financiarem os atos de 8 de janeiro - o que foi acatado.
Ontem (24), a AGU pediu o bloqueio de bens de mais 40 pessoas presas em flagrante durante as manifestações.
Prejuízos. Segundo a AGU, os vândalos provocaram danos de:
R$ 7,9 milhões no Palácio do Planalto;
R$ 5,9 milhões no STF;
R$ 6,5 milhões no Congresso Nacional;
A conta não leva em consideração os danos às obras de arte e aos presentes dados por chefes de Estado.