Candidata do Rio de Janeiro busca apoio para disputar coroa de Miss Brasil de Las Américas, em Curitiba

Filha de uma ex-empregada doméstica, que também já foi catadora, e vive hoje de uma aposentadoria correspondente a um salário mínimo, a estudante de Nutrição Jéssica Mascarenhas, de 24 anos, moradora do bairro Lagoinha, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, sonha com a coroa de Miss Brasil de Las Américas para poder dar uma vida melhor para a mulher que a criou sozinha, desde os 10 anos, quando seu pai morreu. Mas, antes de derrotar as concorrentes, a jovem precisa vencer as barreiras financeiras para conseguir disputar o concurso que será realizado entre quinta-feira e sábado, em Curitiba, no sul do país.

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Às vésperas da viagem, marcada para esta quarta-feira (15), a Miss Estado do Rio de Janeiro só tem garantido a passagem aérea, que custou cerca de R$ 800 e será paga parceladamente. A jovem ainda busca apoio ou parcerias para bancar quatro dias de estadia em um hotel da cidade, além de cuidados estéticos para participar da disputa como maquiagem, alimentação e deslocamentos.

Jéssica estima que essa despesa não saia por menos de R$ 1 mil. No começo do ano, a candidata chegou a fazer uma rifa para ajudar a bancar o seu sonho. Na ocasião, conseguiu arrecadar mais de R$ 1.500. Esse dinheiro foi gasto com compra de roupas para o concurso, cuidados com estéticas e o pagamento da primeira parcela da passagem aérea.

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Jéssica ainda espera por um apoio ou patrocínio, mas garante que nada vai fazê-la desistir do sonho de participar do concurso. Se não puder pagar um maquiador, ela mesma vai fazer a maquiagem e com relação à estadia vai buscar uma alternativa ao hotel. Ficar de fora do concurso não está entre suas cogitações:

— Mesmo não tendo as melhores condições (de participar da disputa) estou dando o meu melhor para conseguir realizar esse sonho.

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A jovem trabalha desde os 15 anos para ajudar nas despesas de casa. Atualmente ela é auxiliar de farmácia em um hospital particular em sua cidade. Participou do primeiro concurso de beleza em 2021, tendo ficado em terceiro lugar. Logo depois foi eleita Miss São Gonçalo e, em agosto do ano passado conquistou o título de Miss Rio de Janeiro de Las Américas.

Em Curitiba, Jessica terá de derrotar 12 candidatas na sua categoria para concorrer à etapa internacional, que deverá acontecer na Costa Rica ou na República Dominicana, em data ainda a ser definida. Serão eleitos ainda o Mister Brasil, Miss Teen (para adolescentes), e Miss Petit, entre outras, num total de 40 concorrentes.

Jessica, que em 2019 removeu um nódulo do seio direito — que acabou se revelando benigno —, considera o concurso de miss muito mais do que um competição de beleza. Ela acredita que a vitória pode dar visibilidade para abraçar causas que considera importantes, como as lutas contra o câncer e o vitiligo.

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— Sou muito grata por ter chegado até aqui. Porque ser miss não é apenas ter beleza externa. Os jurados buscam uma miss completa, aquela que entende o real significado de representar o seu país. Quero poder fazer o bem, a partir de meus projetos pessoais — planeja.

No primeiro dia do concurso, as candidatas participarão de um workshop, seguido de um jantar para analisar os comportamentos de etiqueta das misses. Nos outros dias, passarão por testes de desfile de biquíni para análise de corpo e fase de entrevista, quando as candidatas explicam se estudam, se já são formadas e em quais línguas são fluentes. Além disso, todas precisam demonstrar conhecimento sobre o estado ou região que representam e da diversidade nacional.