CPI da Covid: Carlos Bolsonaro participou de reunião com representantes da Pfizer e Wajngarten, diz CEO
Ex-CEO da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo, confirmou à CPI presença de Carlos Bolsonaro em reunião no Planalto
Na ocasião, representantes da empresa se reuniram com o ex-chefe da Secom Fabio Wajngarten
Em seu depoimento ontem, Wajngarten disse que não se lembrava de participantes
O ex-CEO da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo, confirmou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado a presença do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos) à reunião no Palácio do Planalto com o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten e representantes da Pfizer.
O chefe da Assessoria Internacional do presidente Jair Bolsonaro, Filipe Garcia Martins, também esteve presente na reunião.
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Segundo Murillo, ele foi informado pela diretora jurídica da empresa que, inicialmente, na reunião no Palácio do Planalto, apenas Wajngarten e um assessor da área de compliance da Secom estavam presentes. Em seguida, o então chefe da Comunicação recebeu uma ligação e deixou a sala.
Quando ele voltou, estava acompanhado do vereador Carlos Bolsonaro e de Filipe Martins.
Ontem, em seu depoimento à CPI, Wajngarten disse que não se lembrava os participantes da reunião com a Pfizer. Em sua fala, ele explicou que a carta da farmacêutica Pfizer foi enviada a diversos membros do governo no dia 12 de setembro. No dia 17 de novembro, houve uma reunião com representantes da Pfizer sobre vacinas no Palácio do Planalto, quando o presidente Jair Bolsonaro foi avisado imediatamente.
“Me chama a atenção que, num país republicano, que tem sua institucionalidade, o filho do presidente, que não exerce nenhum cargo de relevância, aliás, cargo nenhum na administração federal, participe da compra de imunizantes", afirmou o senador Rogério Carvalho (PT-SE).
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta já havia indicado, em seu depoimento à CPI, que o presidente Jair Bolsonaro tinha "aconselhamento paralelo" para a tomada de decisões na pandemia do coronavírus.
"Participei de inúmeras reuniões nas quais o filho do presidente, que é vereador no Rio, estava presente tomando notas", disse Mandetta.