Carnaval 2023: bombeiros vistoriam Sambódromo e vetam ensaios técnicos
O Corpo de Bombeiros vetou na noite desta sexta-feira a realização de ensaios técnicos no Sambódromo. Na vistoria, os técnicos da corporação identificaram defeitos nos volantes de acionamento dos hidrantes dos setores 5, 6 e 9 da Marquês de Sapucaí, além de não terem encontrado nenhuma mangueira. Segundo a assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros, “a pista não apresenta as condições mínimas de segurança”.
Neste sábado, estavam previstas as apresentações de quatro escolas da Série Ouro e, no domingo, de duas do Grupo Especial. Procurada, a Riotur não se manifestou.
O Corpo de Bombeiros informou que, caso os problemas constatados sejam solucionados ainda neste sábado, uma nova vistoria terá de ser feita para que o evento seja liberado.
A inspeção de ontem foi realizada após a juíza Mirela Erbisti, da 3ª Vara de Fazenda Pública, conceder prazo de 24 horas para que o prefeito Eduardo Paes e a Riotur apresentem documentos que comprovem ter licença dos bombeiros e da PM para realizar os ensaios. De acordo com a liminar, a partir da resposta do governo municipal, o plantão do Judiciário vai decidir se autoriza ou não os ensaios. A ação foi de iniciativa do advogado Victor Travancas, que chegou a citar a tragédia da Boate Kiss ao pedir a interdição da Avenida.
O Presidente Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, Jorge Perlingeiro afirmou que os problemas relatados serão resolvidos ainda neste sábado.
— Neste sábado vai estar resolvido. Vamos consertar os três registros apontados com as 9 horas. E haverá vistoria as 11— declarou.
Os ensaios técnicos começaram no último fim de semana. Hoje, União de Jacarepaguá, Acadêmicos de Vigário Geral, Unidos de Padre Miguel e Porto da Pedra estavam marcadas para entrar na Sapucaí. Amanhã seria a vez dos foliões da Mocidade Independente de Padre Miguel e da Mangueira.
No ano passado, Raquel Antunes da Silva, de 11 anos, morreu após ser imprensada entre um poste e um carro alegórico na Rua Frei Caneca, logo depois do desfile da escola de samba Em Cima da Hora pela Série Ouro. No acidente, a menina teve a perna esmagada. Ela foi levada ao Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio, onde passou por uma cirurgia de oito horas em que teve amputada a perna direita. Após a operação, permaneceu internada em estado gravíssimo, mas morreu dois dias depois. Na última quinta-feira, a Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou cinco pessoas por homicídio doloso.