Carnaval 2023: 'A história da Portela é a minha própria vida', diz Tia Surica

Tia Surica ainda era criança quando viu surgir a centenária Portela, segunda escola a pisar na avenida nesta noite de segunda-feira. Acostumada com os ritos do carnaval, dessa vez, ela que é um dos principais pilares da agremiação, que remonta a história dos bairros de Madureira e Oswaldo Cruz, pode sentir na avenida as lembranças e amizades que servem como um fio que liga todo o subúrbio carioca ao surgimento do samba.

— Estou muito emocionada por poder contar a história da minha Portela, porque éa minha própria vida. Agradeço a Deus por me deixar ver isso tudo. Só de Portela eu tenho 78 anos. Agora vamos aguardar a quanta-feira de cinzas — disso ao EXTRA após descer do carro da velha guarda, na dispersão da Sapucaí.

Carlos Alberto Guedes estava duplamente emocionado com o desfile da azul e branco. Hoje o diretor comemora seus 70 anos e mais de 50 de escola. Para ele, a Portela tem para o carnaval a mesma importância que o Flamengo possui para o futebol Mas sorri ao falar que é vascaíno.

— Não tem como falar em samba, em cultura carioca sem mencionar a Portela. Você vai para fora do país e as pessoas a conhecem. Ela veio para disputar o título, porque ninguém entra nessa avenida sem tem isso em mente. Sou muito grato a toda essa historia que faz da minha vida — diz.

Sandro Lenzi, de 13 anos, e parte desse história de gerações. Desde os 7 anos na bateria mirim da Águia de Madureira, ele acumula talentos musicais que aprendeu dentro de casa. Cuica, caixa e cavaquinho são alguns instrumentos dominado pelo menino.

— Comecei esse ano na bateria principal. Quero fazer muitos carnavais ainda. O samba está na minha família há muito tempo — conta o menino.