Carnaval 2023: Mocidade vai mostrar que o legado de Mestre Vitalino deixou grandes nomes na cultura popular

A Mocidade Independente de Padre Miguel será a terceira escola a desfilar neste domingo de carnaval. A verde e branca da Zona Oeste deve entrar na avenida entre 0h e 0h20. O enredo, desenvolvido pelo carnavalesco Marcus Ferreira, que estreia na escola vindo da Viradouro, propõe uma viagem ao Alto do Moura, bairro de Caruaru (PE) que respira a arte do barro de Mestre Vitalino e de seus discípulos.

A ideia é mostrar que o legado de Mestre Vitalino deixou grandes nomes na cultura popular, com o enredo intitulado "Terra de meu céu, estrelas de meu chão". Com o desfile desse ano, a escola busca conquistar o sétimo título de sua história:

— O desfile inicia com tons amarelados do barro tauá de Vitalino. Mas ganha diferentes colorações, de acordo com o trabalho de expoentes como Zé Caboclo, Manoel Galdino e Terezinha Gonzaga — destaca Marcus Ferreira.

A escola é um das quatros cujo enredo é centrado em temática nordestina., numa profusão de brasilidade que promete tomar conta da avenida. As outras são: Imperatriz, Mangueira e Unidos da Tijuca. Na feitura de suas alegorias a escola tem recorrido ao uso de muitos materiais alternativos e reciclados.

Além do carnavalesco, haverá outras estreias na Mocidade. O intérprete Nino do Milênio é uma delas. Ele substitui Wander Pires, que foi para a Paraíso do Tuiuti. Estreante no Grupo Especial, o coreógrafo e bailarino Paulo Pinna promete uma comissão de frente ousada e bem a cara da Mocidade Independente de Padre Miguel.

Autores: Diego Nicolau, Richard Valença, Orlando Ambrosio, Gigi da Estiva, W Correa, Leandro Budegas e Cabeça do Ajax

Senhor, que fez da arte mundaréu

Em suas mãos Padre Miguel Concebeu a Criação

“Plantou” sua missão Fez do Sertão, barro tauá

Jardim no Agreste floresceu

Regado ao firmamento de meu Deus

A lida pra viver, da lama renascer

Marias e Josés no céu que moram pés, raiz!

Fiel retrato desse meu país
Segue o carro de boi

O peão no barreiro

Ó, rainha bonita

Sou teu rei, cangaceiro

É a vida um xadrez

Pra honrar o legado

Quem foi que fez? Foi deus do barro

Molha Pedro minha terra

Chão de estrelas de João

Traz Antônio minha amada

Padim Cícero Romão

Alumia o teu povo em procissão
Chega folia, chega cavalo-marinho

Lindas flores no caminho

O Nordeste coloriu

E “de repente” essa gente independente

Faz da greda seu batente

Molda um pouco de Brasil

Amassa, deixa arder o massapé

Lá no meu Alto do Moura

Um pedacinho de fé

A massa, força de mandacaru

Lá no meu Alto do Moura

Fiz brilhar Caruaru
Ê, meu cardeá

Sou a chama do braseiro

Nordestino, “retirante da saudade”

Mais um filho desse solo pioneiro

Um artista esculpindo a Mocidade