Carnaval 2023: Portela comemora na Avenida os 100 anos de escola

O centenário da Portela será celebrado com todas as honras na Sapucaí. Num desfile em que a Avenida será tomada pela nostalgia, a exaltação a baluartes de agora e do passado dará o tom. A águia, claro, brilhará num abre-alas, este ano, em dourado e azul — mistura de cores que é a aposta dos carnavalescos Renato e Márcia Lage para que a festa tenha a pompa merecida.

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— A ideia é refletirmos as cores do céu, como os lilases e laranjas do entardecer — adianta a carnavalesca Márcia Lage.

Na mesma alegoria, estarão a velha guarda e personalidades, como Tia Surica e Zeca Pagodinho, que desfilou neste domingo como enredo da Grande Rio. A partir dali, os sambistas serão convidados a um sobrevoo por carnavais inesquecíveis da azul e branco.

“Hoje tem marmelada?” (1980), “Lendas e mistérios da Amazônia” (1970 e 2004) e “Gosto que me enrosco” (1995) são alguns dos clássicos que estarão representados em carros e fantasias, em setores divididos pelos períodos históricos vividos por cinco bambas essenciais nos últimos 100 anos: Paulo da Portela, Tia Dodô, Natal, David Corrêa e Monarco.

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Márcia Lage conta que resumir um século em apenas cinco setores foi um desafio. A saída foi dividi-los por períodos vividos por alguns dos mais ilustres portelenses:

— No início, o desfile estará sob o olhar de Paulo da Portela. Em seguida, virá a fase em que Dodô foi porta-bandeira e, então, as décadas da escola liderada por Natal (o bicheiro Natalino José do Nascimento). Depois, a época dos sambas de David Corrêa. E os anos mais recentes estarão sob o olhar de Monarco.

Para a comemoração, vários portelenses ilustres já confirmaram presença, entre eles quatro ex-rainhas de bateria: Luiza Brunet, Adriane Galisteu, Sheron Menezzes e Edicléia.

A Portela é a segunda escola a pisar na Avenida nesta segunda-feira, com apresentação prevista para acontecer às 23h.

Conheça a letra do samba

“O azul que vem do infinito"

Autores: Wanderley Monteiro, Vinicius Ferreira, Rafael Gigante, Edmar Jr, Bira e Marcelāo

Prazer novamente encontrar vocês

Ali pela bandas de Oswaldo Cruz

Nosso mundo azul ganha vez

E aquela missão nos conduz

Eu, Rufino e Caetano

No linho, no pano, pescoço ocupado…

Vencemos mesmo marginalizados

No bailar, uma porta

Bandeira a nobreza desfila

Humildade…

Natal nos guiou, deu águia!

A majestade…

“Abre a roda”, “malandro, que o samba chegou ”

Andei na “Lapa”, também já “subi o Pelô”

“Macunaína” falou: nas “maravilhas do Mar” “a brisa me levou”

Eis um “Brasil de glórias” que incandeia

A “vaidade” é um “conto de areia”

Eu vim me apresentar:

“Deixa a Portela passar!”

Lendas e mistérios “de um amor"

Casa onde mora a profecia

Clara como a luz de um esplendor

Cem anos da mais bela poesia

Vivam esse sonho genuíno

De fazer valer nosso legado

Vejo um futuro mais lindo

Nas mãos de quem sabe o valor do passado

Ser Portela é tanto mais

Que nem cabe explicação

Basta ouvir os baluartes

Pra chorar de emoção

Cavaco e viola… a velha linhagem

A benção Monarco pra essa homenagem

O céu de Madureira é mais

Bonito te amo, Portela, além do infinito

Ficha técnica

Fundação: 11/04/1923

Cores: Azul e Branco

Presidente: Fábio Pavão

Carnavalescos: Renato Lage e Márcia Lage

Diretor de carnaval: Wilsinho Alves

Mestre de bateria: Nilo Sérgio

Rainha de bateria: Bianca Monteiro

Intérprete: Gilsinho

Mestre-Sala e porta-bandeira: Marlon Lamar e Lucinha Nobre

Comissão de Frente: Leo Senna e Kelly Siqueira