Carnaval: veja sete rainhas e um rei de bateria que estrearam na função este ano na Sapucaí

Entre o Grupo Especial e a Série Ouro, este carnaval marcou a estreia de sete rainhas e um rei de bateria na avenida da Marquês de Sapucaí. Maria Mariá, de 20 anos, pode ser considerada pé quente. Em seu primeiro ano à frente da bateria da Imperatriz Leopoldinense, substituindo a cantora Iza, ela já saiu campeã. Poucos minutos antes de começar o desfile, a jovem recebeu conselhos do carnavalesco Leandro Vieira.

Luxo: fantasia das rainhas de bateria chegam a custar preço de carro popular e imóvel de dois quartos

Tapa-sexo: do gancho ao body transparente, veja a evolução da peça mais polêmica do carnaval

— Eu disse a ela para se divertir, se encantar, realizar o sonho dela, só viver aquilo, sem pressão — contou ele antes de fazer também sua estreia no grupo especial com a agremiação (ele foi campeão com a escola na série ouro e era o titular da mangueira no Especial).

Uma das rainhas que dominaram o carnaval no Rio este ano, Maria disse que não sentiu o peso de substituir a cantora Iza.

— Não sinto o peso de não ser famosa. Tenho muito respeito por esse posto, pela minha comunidade e por esse lugar — garante ela.

No Grupo Especial, além de Maria, outras duas rainhas também desfilaram pela primeira vez como as monarcas das suas escolas. Mayara Lima, do Paraíso do Tuiuti, que ano passado veio como princesa de bateria e bombou nas redes com seus passos sincronizados com os músicos, e Lorena Raissa, da Beija-Flor de Nilópolis, que, com 16 anos, é a mais jovem a ocupar o posto de rainha. A jovem foi eleita em um concurso que teve no juri nomes como Raíssa Oliveira, rainha da escola por 20 anos, além de outras majestades, como Sônia Capeta e Neide Tamborim. Lorena guiará a bateria da escola durante os próximos dez anos.

Na Série Ouro, a União de Jacarepaguá fez história ao colocar na avenida o seu primeiro rei de bateria. John Avelino desfila no carnaval carioca desde 2011, já foi destaque de carro alegórico, muso e agora vive o primeiro carnaval como monarca.

Alegorias x Bateria: saiba os quesitos que mais e menos tiraram décimos das escolas do Rio

Bateria: com pontuação máxima para dez das 12 escolas, função do quesito é discutida por especialistas

— Nossa, muito feliz, abrindo essa segunda noite de desfile. Espero que o nosso desfile seja lindo. E vamos aí, abrir a porta para que venham muitos e muitos reis — disse John à TV Globo minutos antes do desfile começar.

Além dele, outras quatro rainhas também estrearam como as monarcas das baterias de suas respectivas escolas. A modelo transexual Thalita Zampirolli, da Unidos de Padre Miguel, contou que pagou R$ 258 mil na sua roupa de estreia na escola, com 800 mil cristais.

— Trans, sei da minha representatividade como rainha, cargo no qual pretendo dar visibilidade a muitas mulheres, trans ou cis — afirma, ao GLOBO.

Malu Torres, da Inocentes de Belford Roxo, veio direto dos Estados Unidos, onde vive há 16 anos, para abrilhantar o carnaval da escola do Bairro São Vicente. Ao comentar sobre a relação com Letícia Guimarães, que ocupa o posto de rainha vitalícia da escola, Malu rasgou elogios e afastou qualquer possibilidade de uma eventual rivalidade entre as duas.

— Eu jamais entraria aqui sem ter que falar com ela primeiro. Rivalidade? Isso é uma coisa que eu nem entendo. Não sei como explicar. Ela é uma mulher linda, bem resolvida, e eu, por minha vez, também sou. O que teríamos de rivalidade? Isso nos passa despercebido, totalmente — garante Malu, ao Extra.

Nathalia Hino, da Estácio de Sá, relembrou das dificuldades que viveu até pisar na avenida como rainha de bateria.

— É meu primeiro ano como rainha de bateria. Eu fico muito emocionada, fico muito feliz. Eu me sinto lisonjeada. Eu trabalho como consultora de vendas. Eu tive que coincidir os horários do shopping, dos ensaios, das aulas de samba. O choro é por ter conseguido chegar até aqui depois de tantas barreiras — disse, emocionada, minutos antes de começar o desfile, à TV Globo.

A tiktoker francesa Katarina Harmony fecha o grupo das rainhas (e rei) estreantes em 2023. Ela veio para o Brasil a convite da Lins Imperial. No ano passado ela havia sido musa.

Pelas redes sociais, ela conta ter aprendido a sambar assistindo a vídeos de passistas, musas e de Viviane Araújo, rainha de bateria do Salgueiro. É uma paixão, no entanto, que também vem de berço. Filha de mãe brasileira, desde pequena ela foi inserida no universo do carnaval, seja no Rio, na Guiana Francesa, onde a família já morou, ou em Paris, onde mora atualmente.