Carnavalesco da Imperatriz, Leandro Vieira ganhou cinco carnavais nos últimos 7 anos

De volta à Imperatriz Leopoldinense , o carnavalesco Leandro Vieira ganhou seu primeiro campeonato no Grupo Especial fora da Mangueira. Este foi o quinto título na breve carreira, que começou em 2015. O carnavalesco também foi bicampeão pela verde e rosa (2016 e 2019), venceu o Grupo de Acesso de 2020 pela própria Imperatriz e em 2022 pelo Império Serrano. Conhecido por seus enredos políticos, ele abordou a temática este ano, mas de forma distinta do marcante “História para ninar gente grande”, da verde e rosa em 2019. Ao levar Lampião à Sapucaí, Leandro adaptou a narrativa que desenvolvia antes, mas não abandonou sua estética. O trabalho também rendeu a ele o Estandarte de Ouro na categoria enredo.

Os melhores do carnaval: Beija-Flor é a melhor escola pelo Estandarte de Ouro

Veja fotos: Musas do carnaval 2023 apostam em figurinos que tapam apenas áreas estratégicas

As 'leandrices'

Na Imperatriz, as “leandrices” estavam, sobretudo, nas esculturas, como as do segundo carro, que representou a morte de Lampião. De maneira jocosa, ele retratou a decapitação do cangaceiro com mamulengos carnavalescos que muito lembravam o carnaval do ano passado na Mangueira. As marionetes e as cabeças do cangaceiro remetiam às esculturas do carro “Antigos carnavais”, abre-alas da verde e rosa em 2018. E, se em Lamartine Babo em 2020, Leandro levou o Trem da Alegria, este ano pela Sapucaí passaram as aeronaves lúdicas que conduziriam Lampião aos céus.

— O Leandro da Mangueira não é o Leandro da Imperatriz. Creio que cada escola precisa de uma coisa. Como vejo a comunidade da Imperatriz é diferente de como vejo a da Mangueira. A menor diferença que existe entre elas é a financeira. Quando propus o enredo, quis imprimir o que fizemos com Lamartine em 2020. A estética continua a mesma — disse ao GLOBO. — Viver é um ato político, então tudo que eu faço é político.

'Impecável': O desfile que colocou a Imperatriz na rota do título

Acabamento primoroso

O cuidado com cada ponto do enredo é outra “leandrice” que esteve na Mangueira e desembarcou em Ramos. Quem passou pela concentração, viu o carnavalesco orientando os componentes sobre ações durante o desfile. Ao público, ficam visíveis o primor nas pinturas das alegorias e as fantasias com acabamentos caprichados.

Nas fantasias, outra “leandrice” são os estandartes e adereços de mão, sua assinatura. Os beatos, religiosos místicos do sertão nordestino, levavam em suas mãos um cajado com contornos carnavalescos. O adereço tinha capim seco e uma representação de ossada para ressaltar o sofrimento de quem vive à espera de um milagre na seca.

Mais que só político

O cordel na Sapucaí buscou contar o destino de Lampião após sua morte. Depois de ser morto, é rejeitado pelo diabo e vai buscar um espaço no céu. Pede ao Papa e até a São Pedro um lugar no paraíso, onde também também não foi aceito. Lampião então termina no imaginário popular da cultura nordestina, celebrada pela Imperatriz. Sem entrar no mérito sobre quem foi Lampião, o carnavalesco conseguiu desenvolver o enredo com leveza que fez os componentes brincarem. Na Mangueira, Leandro conquistou dois campeonatos.