Cartão corporativo: Despesas de Bolsonaro têm pagamento de cercadinho até em férias

Foram gastos R$ 44.364,59 em ao menos nove cercadinhos, onde Bolsonaro cumprimentava apoiadores e fazia selfies com eles

Gestão Bolsonaro usou cartão corporativo para custear cercadinho onde ex-presidente promovia conversa com apoiadores - Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino
Gestão Bolsonaro usou cartão corporativo para custear cercadinho onde ex-presidente promovia conversa com apoiadores - Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

As despesas do cartão corporativo da Presidência da República, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), incluem pagamento de cercadinho até em férias do ex-presidente.

Na terça-feira (24), um levantamento apontou que o cartão também foi utilizado para bancar viagens da ex-primeira-dama Michelle e dos filhos do ex-presidente, Carlos e Jair Renan.

De acordo com levantamento feito pelo UOL, foram gastos R$ 44.364,59 em ao menos nove cercadinhos, como ficaram conhecidos os gradis onde Bolsonaro cumprimentava apoiadores e fazia selfies com eles.

Ainda de acordo com o portal, parte dessas estruturas para reunir apoiadores foi montada em locais sem relação com agendas oficiais do ex-presidente, como nas portas de aeroportos e bases militares em que ele estava hospedado.

Os gastos com os cercadinhos concentram-se em fevereiro de 2021—um dos períodos mais letais da pandemia. Nessas ocasiões, Bolsonaro provocou aglomerações sem uso de máscara de proteção.

Bolsonaro, entre 12 e 17 de fevereiro, gastou R$ 12.040 com o aluguel de grades para um cercadinho montado em frente ao Forte Marechal Luz, em São Francisco do Sul (SC), onde passou férias com a família.

O valor foi desembolsado pela presidência para que Bolsonaro pudesse fazer corpo a corpo com apoiadores.

Na ocasião, foram alugados 860 m de gradis em um período em que o ex-presidente não tinha agenda oficial.

Ainda no período destas férias, Bolsonaro usou uma moto aquática da Marinha para fazer passeios pelo litoral da região, visitou o parque temático Beto Carrero World e participou de pescarias.

Os números das despesas ainda não são exatos, uma vez que lotes de notas fiscais ainda estão sendo digitalizados. O UOL acessou os lotes após a suspensão do sigilo de notas fiscais pagas com cartões corporativos da Presidência da República. A queda do sigilo foi obtida pela agência Fiquem Sabendo —especializada em LAI (Lei de Acesso à Informação).