Médico preso: Além de estupro, anestesista pode responder por violência obstétrica
O médico anestesista Giovanni Quintella, de 31 anos, preso na última segunda-feira (11), além de responder pelo crime de estupro, também pode responder pelo crime de violência obstétrica.
As investigações que estão sob o comando da Delegacia da Mulher de São João de Meriti apura se o anestesista fez sedações desnecessárias, ou com doses excessivas e que podem ter colocado as vidas das vítimas em risco.
Se for comprovada tal prática, ele pode responder por outros crimes, inclusive o crime de violência obstétrica.
“Se comprovarmos que houve reiteradamente sedações desnecessárias, ou que em doses excessivas podem ter causado prejuízo às vítimas, um risco, pode haver configuração de outros crimes e vamos avaliar qual seria o tipo penal”, explicou a delegada Bárbara Lomba, que conduz a investigação.
Bárbara ainda reforçou que ao ser negado alguns direitos básicos para as mulheres, como ver o nascimento do filho, configura o crime de violência obstétrica.
“Não se cumpriram certos protocolos a que a mulher tem direito no momento do nascimento do filho, ser atendida numa unidade hospitalar, óbvio que pode ser considerado violência obstétrica”, disse a delegada.
De acordo com a polícia, o Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, já foi questionado de quantas cirurgias o médico participou nos dois meses em que trabalhou na unidade.
Além da violência que foi filmado cometendo, outras cinco mulheres denunciaram - elas próprias ou por meio de parentes -, Giovanni Quitella por comportamento inadequado durante os procedimentos cirúrgicos a que foram submetidas.
Além do procedimento filmado, foram mais duas cirurgias no domingo (10) e outras ocorridas em junho. A polícia investiga.
Ainda de acordo com uma profissional da equipe médica do Hospital da Mulher, as mães que foram sedadas por Giovanni tiveram dificuldade de amamentar.
Também na terça-feira (12), Giovanni Quintella passou por audiência de custódia, na qual teve sua prisão convertida de flagrante para preventiva.
Após a audiência, ele foi transferido de um presídio em Benfica, na Zona Norte do Rio, para Bangu 8, onde ficam os presos com curso superior.