Caso Henry: Monique admite ‘erro não intencional’ ao assinar folha de ponto irregularmente
Em depoimento prestado na sindicância da Secretaria Municipal de Educação que apura supostas irregularidades em sua folha de ponto, Monique Medeiros da Costa e Silva admitiu um “erro não intencional” no preenchimento do documento. Na última quarta-feira, a professora disse aos servidores da pasta que, por estar distante das atividades profissionais por quase dois anos, cometeu equívocos ao assiná-lo previamente até o fim do mês de janeiro.
Assim como o ex-namorado, o médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, Monique é ré no processo por torturas e homicídio triplamente qualificado contra o filho, Henry Borel Medeiros, de 4 anos, em 8 de março de 2021. Desde agosto do ano passado, ela responde ao processo em liberdade concedida pelo ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça, que atendeu a um pedido de seus advogados para revogar seu mandado de prisão preventiva.
Concursada, Monique obteve o direito de voltar a trabalhar em 12 de dezembro. Com remuneração de R$ 3,1, ela então foi alocada no setor administrativo do almoxarifado da Secretaria - distante, portanto, da atuação em escolas que sempre desempenhou. Diante da repercussão do retorno às funções, ela chegou a entrar com um pedido de licença médica por 60 dias, o que foi indeferido após a realização de uma perícia.
Em 25 de janeiro, um decreto do prefeito Eduardo Paes, publicado no Diário Oficial, determinou o afastamento da professora do cargo. O texto cita um artigo do Estatuto dos Funcionários Públicos do Poder Executivo do Município do Rio que trata da suspensão preventiva.
Na mesma data, o secretário Renan Ferreirinha determinou a abertura da sindicância após serem encontrados indícios de falhas na folha de ponto da professora. Na ocasião, o documento havia sido assinado, bem antes do mês acabar, como se ela tivesse dado expediente todos os dias.
No depoimento prestado por Monique, ao qual O GLOBO teve acesso, a professora disse que o erro no preenchimento da folha de ponto poderia ser corrigido, conforme lhe foi explicado por sua chefia imediata. Ela afirmou também que teve conhecimento de que a falha foi cometida por outros dois servidores da Secretaria Municipal de Educação, na mesma ocasião.