CBF repudia que terroristas bolsonaristas usem camisa da Seleção
Entidade se manifestou após ataques golpistas de domingo em Brasília
CBF manifestou-se contra o uso da camisa da seleção por terroristas bolsonaristas
Nota foi publicada após atos golpistas ocorridos no último domingo, em Brasília
Uniforme amarelo foi tomado como símbolo dos bolsonaristas nos últimos anos
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) manifestou-se nesta segunda-feira (9) sobre os ataques golpistas realizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no domingo (8), em Brasília.
Diante do uso da camisa da seleção brasileira por boa parte dos vândalos bolsonaristas, a principal entidade do futebol brasileiro declarou seu repúdio à vinculação do uniforme a estes atentados.
"A CBF repudia veementemente que a nossa camisa seja usada em atos antidemocráticos e de vandalismo", divulgou por meio do Twitter.
A utilização da camisa amarela da seleção como símbolo do bolsonarismo já perturbava boa parte da população. Após os graves episódios de domingo, no entanto, passaram a incomodar também a CBF.
"A camisa da seleção brasileira é um símbolo da alegria do nosso povo. É para torcer, vibrar e amar o país. A CBF é uma entidade apartidária e democrática. Estimulamos que a camisa seja usada para unir e não para separar os brasileiros", apontou a entidade.
Entenda o ocorrido:
Milhares de manifestantes golpistas invadiram prédios públicos em Brasília na tarde do último domingo (8).
Sedes de órgãos como o Supremo Tribunal Federal (STF), Palácio do Planalto e Congresso Nacional foram depredados pelos vândalos em um ataque sem precedentes à democracia.
Foram registrados alguns confrontos com a polícia, mas a atuação da corporação, no geral, foi bastante criticada por se mostrar conivente com os atos de vandalismo dos manifestantes.
Por volta das 17 horas, seguranças conseguiram retomar o prédio do STF e expulsar os invasores, que, no entanto, seguiram nas proximidades da Praça dos Três Poderes.
Somente durante a noite os prédios públicos foram totalmente retomados pelas forças policiais. Congressistas tiveram acesso aos locais e divulgaram vídeos com o estrago feito pela depredação dos golpistas.
Até o fim da noite de domingo, cerca de 300 pessoas haviam sido presas pelos atos de vandalismo.
Consequências políticas
Diante do ocorrido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um pronunciamento em Araraquara, no interior de São Paulo, em que determinou a intervenção federal na área de Segurança Pública do Distrito Federal até 31 de janeiro.
O secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, foi exonerado do cargo pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), que, por sua vez, teve o afastamento do cargo determinado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, em decreto válido por 90 dias.
Em vídeo, Ibaneis desculpou-se com Lula, a presidente do STF, Rosa Weber, e os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP) e Rodrigo Pacheco (PSD). "São verdadeiros vândalos. Verdadeiros terroristas que terão de mim todo o efetivo combate para que sejam punidos."