Chacina no DF: o que peritos fazem para desvendar segredos do crime brutal?
Quatro institutos da Polícia Civil do Distrito Federal esclareceram o assassinato de dez pessoas da mesma família
Quatro institutos da Polícia Civil do Distrito Federal foram responsáveis por esclarecer o assassinato de dez pessoas da mesma família no Distrito Federal. Além disso, as equipes revelaram como as vítimas morreram e quais foram as circunstâncias dos óbitos.
Na última sexta-feira (27), a corporação descobriu que seis pessoas tiveram envolvimento no crime.
A motivação? Lucrar com a venda de uma propriedade de R$ 2 milhões.
Quem morava no terreno?
Marcos Antônio Lopes de Oliveira, sogro da cabeleireira Elizamar Silva, de 39 anos;
Renata Juliene Belchior, sogra de Elizamar;
Gabriela Belchior, cunhada da cabeleireira.
Os três foram mortos pelos criminosos.
1ª etapa do trabalho
Essa fase foi feita pelo Instituto de Criminalística, com a perícia no cativeiro onde o corpo de Marcos Antônio foi encontrado, e na cisterna, onde estavam Thiago Gabriel Belchior, Cláudia Regina Marques Oliveira, Ana Beatriz Marques.
Identificação das vítimas
Segundo reportagem do portal g1, após os resultados dos testes, foi possível descobrir em quais circunstâncias as vítimas morreram. Depois, a polícia começou a identificar as pessoas por meio das impressões digitais.
Os peritos recolheram os corpos e os levou ao Instituto Médico Legal (IML), que identificou a causa da morte de quatro integrantes da família.
Os outros seis corpos encontrados foram identificados pelas Polícias Civil de Goiás e Minas Gerais, com a colaboração do DF.
Motivação
A Polícia Civil afirmou que dez pessoas, sendo três crianças, foram mortas para que não houvesse herdeiros para o terreno dos familiares. As vítimas do crime são:
Elizamar Silva, de 39 anos: cabeleireira;
Thiago Gabriel Belchior, de 30 anos: marido de Elizamar Silva;
Rafael da Silva, de 6 anos: filho de Elizamar e Thiago;
Rafaela da Silva, de 6 anos: filha de Elizamar e Thiago;
Gabriel da Silva, de 7 anos: filho de Elizamar e Thiago;
Marcos Antônio Lopes de Oliveira, de 54 anos: pai de Thiago e sogro de Elizamar;
Renata Juliene Belchior, de 52 anos: mãe de Thiago e sogra de Elizamar;
Gabriela Belchior, de 25 anos: irmã de Thiago e cunhada de Elizamar;
Cláudia Regina Marques de Oliveira, de 54 anos: ex-mulher de Marcos Antônio;
Ana Beatriz Marques de Oliveira, de 19 anos: filha de Cláudia e Marcos Antônio.
Suspeitos de envolvimento no crime
Gideon Batista de Menezes;
Horácio Carlos Ferreira Barbosa;
Fabrício Silva Canhedo;
Carlomam dos Santos Nogueira;
Carlos Henrique Alves da Silva;
Um adolescente de 17 anos.
Entenda em 5 pontos como ocorreu o crime
Planejamento
Os criminosos planejaram durante três meses a morte de toda a família para tomar posse do imóvel, localizado em uma área de proteção ambiental, onde há uma cachoeira. No dia 23 de outubro, os bandidos alugaram o cativeiro onde iriam manter as vítimas.
Família rendida
Em 28 de dezembro, o plano começou a ser executado na própria chácara, quando Marcos, sua esposa Renata, e a filha deles, Gabriela, foram rendidos na própria chácara em que moravam.
Vítimas levadas ao cativeiro
Depois disso, o grupo criminoso levou Renata, Gabriela e Marcos para o cativeiro. O corpo de Marcos foi enterrado na própria chácara.
A ex-mulher de Marcos, Cláudia Regina Marques de Oliveira e a filha dela, Ana Beatriz Marques de Oliveira, também se tornaram alvo do grupo. Ela havia vendido uma casa no valor de R$ 200 mil que também virou objeto de cobiça. Mãe e filha acabaram rendidas e levadas para o cativeiro.
No dia 12, Thiago Gabriel Belchior, marido da cabeleireira Elizamar da Silva, recebeu uma mensagem o atraindo com a mulher e os três filhos do casal até a chácara.
As mortes
Enquanto Thiago foi levado com vida para o cativeiro, Elizamar e os três filhos foram colocados em um carro, que foi queimado após as vítimas serem asfixiadas.
No dia 14 de janeiro, Renata e Gabriela foram mortas em Unaí, Minas Gerais, e tiveram o carro queimado pelos bandidos. No dia seguinte, Thiago, Cláudia e Ana saíram do cativeiro com vida, mas acabaram sendo esfaqueados pelos criminosos e tiveram os corpos enterrados em uma cisterna em Planaltina, Região Administrativa do Distrito Federal.
As investigações
De 14 a 16 de janeiro, a polícia recebeu denúncias de desaparecimento de dez pessoas, todas da mesma família. Os denunciantes eram dois filhos de Elizamar, que foi assassinada: um rapaz de 24 anos e uma jovem de 18 anos, preocupados com o sumiço da mãe e dos demais parentes.
Uma versão inicial apresentada por um dos presos na investigação era a de que o crime havia sido encomendado por Thiago Belchior e o pai, Marcos Antônio. A motivação, no caso, seria o dinheiro da venda de um imóvel. As descobertas dos corpos de pai e filho, no entanto, fizeram com que essa versão fosse descartada.