Chapecoense quer pagar só 35% de indenizações por queda de avião
Em grave crise financeira, a Chapecoense prevê pagar somente 35% dos valores das indenizações referentes ao acidente aéreo que matou 71 pessoas em novembro de 2016. A informação está no plano de recuperação judicial apresentado pelo clube e divulgado pelo jornalista Rodrigo Mattos do portal Uol.
O clube vai esperar até o dia 13 de junho e caso não seja contestado pelos credores será aprovada a condição proposta pelo clube. Disputando a Série B do Brasileiro, a Chape entrou com o pedido de recuperação judicial em janeiro deste ano se aproveitando de precedente aberto pela Justiça para que clubes que não são sociedades empresárias adotem esse tipo de medida.
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A ação tem o valor de R$ 79 milhões, soma estimada dos débitos da entidade e o clube diz que o objetivo do plano é atender os credores e prosseguir com sua atividade futebolística.
No processo, a Chapecoense aponta que seus problemas financeiros começaram em 2017, após o acidente aéreo na Bolívia, no final do ano anterior e aumentaram em 2018, quando dirigentes aumentaram os gastos para se manter na Série A.
"Apesar da permanência na primeira divisão, o endividamento da Chapecoense passou a sofrer com um crescimento exponencial. Ainda que fosse preciso um planejamento de muita austeridade financeira, o Clube sofreu com os percalços decorrentes de investimentos incondizentes com a capacidade econômico-financeira do clube", dizem os advogados do clube.
Assim, a Chapecoense propôs à Justiça um plano de recuperação com descontos. Pela proposta, haverá 65% de descontos nos valores de ações trabalhistas ganhas contra o clube incluindo ações de familiares por indenizações pelas mortes no acidente aéreo na Colômbia.
Pela proposta, a Chape pagaria pouco mais de R$ 8,5 milhões para essas ações pelo acidente. A dívida seria quitada em até 12 meses da homologação do acordo de recuperação judicial. Assim, os familiares dos mortos deixariam de receber em torno de R$ 16 milhões.
Vale lembrar que esses são os valores lançados pela própria Chapecoense e ainda precisam ser referendados pela Justiça.