Checamos declarações de Simone Tebet, Ciro Gomes e Jair Bolsonaro em encontro da CNI
Os pré-candidatos à Presidência Simone Tebet, Ciro Gomes e Jair Bolsonaro participaram de encontro realizado pela CNI na última quarta-feira (29)
Os candidatos discursaram sobre seus projetos e responderam a perguntas de participantes do evento
Confira a apuração da reportagem do Yahoo! Notícias sobre suas afirmações
Na última quarta-feira (29) a CNI (Confederação Nacional da Indústria) promoveu um encontro com os pré-candidatos à Presidência em Brasília. O evento contou com a mediação do diretor de Redação do Poder360, Fernando Rodrigues.
Participaram do encontro Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT), remotamente, e Jair Bolsonaro (PL).
O ex-presidente e também pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi convidado, mas não compareceu.
Confira a análise da reportagem do Yahoo! Notícias sobre algumas das afirmações dos pré-candidatos.
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Simone Tebet
"Quando eu fui prefeita da minha cidade [Três Lagoas, MS], eu fui procurada pela Petrobras para construir a maior fábrica de fertilizantes nitrogenados da América Latina. Nós doamos, mesmo sem ter dinheiro, nós doamos uma área de 520 hectares"
Pré-candidata à Presidência, Simone Tebet (MDB), em evento da CNI, em 29 de junho de 2022
Como já analisado pela reportagem do Yahoo! Notícias, a informação contradiz declarações anteriores da própria Tebet.
Em outras oportunidades, ela afirmou que no período em que foi prefeita de sua cidade natal, Três Lagoas (MS), entre 2005 e 2012, doou um terreno de 50 hectares para a Petrobras construir a referida fábrica de fertilizantes:
A informação de que o terreno correspondia a 50 hectares também foi divulgada em diferentes publicações no site da pré-candidata (1, 2).
Ciro Gomes
"Pior do que o nosso [salário mínimo] só tem o da Venezuela"
Pré-candidato à Presidência, Ciro Gomes (PDT), em evento da CNI, em 29 de junho de 2022
Um levantamento do site countryeconomy.com, aponta que o salário mínimo brasileiro, somente nas Américas, supera os de países como Cuba, Venezuela, República Dominicana e México, por exemplo.
A classificação enumera os salários mínimos de mais de 140 países e tem como base dados oficiais dos respectivos locais.
Jair Bolsonaro
"O número de armas de fogo no Brasil aumentou bastante. Talvez por causa disso tenha diminuído o número de violência e mortes por arma de fogo no Brasil"
Presidente e pré-candidato, Jair Bolsonaro (PL), em evento da CNI, em 29 de junho de 2022
A correlação feita pelo presidente, de acordo com especialistas em segurança pública, é enganosa.
Conforme uma publicação do Senado Federal, especialistas explicam que a coincidência entre a diminuição de mortes por armas de fogo ao mesmo tempo que o número de armas em posse de civis cresce, não significa que há uma relação entre os fatos.
De acordo com o Anuário de Segurança Pública de 2022, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, "os dados disponíveis não autorizam o discurso segundo o qual o crescimento na quantidade de armas de fogo em circulação, sobretudo a partir das licenças de CAC (Caçadores, Atiradores e Colecionadores) teria provocado a queda das mortes violentas intencionais no Brasil".
Isso porque, conforme explica o levantamento, estudos científicos evidenciam que mais armas em circulação costumam estar relacionadas a violência letal e outros crimes.