Checamos: posts enganosos sobre doses interditadas de Coronavac
Interdição cautelar foi feita pela Anvisa
Uso e distribuição dos lotes foram suspensos em todo o país
Instituto afirma que as vacinas “estão atestadas pelo rigoroso controle de qualidade do Butantan”
Após o comunicado da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) feito em 4 de setembro, anunciando a interdição cautelar de 25 lotes da Coronovac feitos em uma fábrica não aprovada pelo órgão, mensagens enganosas a respeito da vacina têm circulado nas redes sociais.
Em tuítes analisados pela reportagem, usuários afirmam que os lotes em questão estavam proibidos e que o imunizante teria sido feito em laboratório clandestino, o que não é verídico.
No texto a Anvisa explica que a medida proibindo a distribuição e o uso de lotes envasados em fábrica não inspecionada foi adotada como um ato preventivo: “as medidas cautelares também são um ato de precaução que visa proteger a saúde da população, sendo adotadas em caso de risco iminente à saúde, sem a prévia manifestação do interessado”.
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No dia 3 de setembro o Instituto Butantan que desenvolveu a vacina em parceria com a farmacêutica Sinovac, informou à Anvisa por meio de um ofício, que os lotes enviados para o Brasil na apresentação frasco-ampola (monodose e duas doses) foram envasados em uma unidade chinesa não aprovada na Autorização de Uso Emergencial (AUE) pelo órgão regulador.
No documento, a Anvisa explica os termos para o uso emergencial do imunizante: “as vacinas sendo importadas prontas da Sinovac, ou o granel da vacina formulada e estéril, sendo importado da Sinovac para envase e acondicionamento no Instituto Butantan”. Caso tenha qualquer alteração, uma nova análise deve ser feita pelas áreas técnicas da Anvisa.
O governo de São Paulo informou que aplicou 4 milhões de doses do lote interditado, o que corresponde a cerca de 19% dos 21 milhões de imunizantes aplicados no estado. Em nota, o Butantan afirma que as doses suspensas de forma cautelar pela Anvisa “estão atestadas pelo rigoroso controle de qualidade do Butantan”.
Em edição extra, o Diário Oficial da União (DOU) publicou os lotes que foram interditados.
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