Checamos: vídeo que circula nas redes sociais manipula declaração de presidente da Anvisa
Vídeo que circula nas redes sociais manipula declaração de presidente da Anvisa
Post traz alegação falsa sobre imunizantes contra a Covid-19
Peça de desinformação tem sido compartilhada nas redes sociais
Vídeo que circula nas redes sociais induz os usuários a entender que o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, teria afirmando que considera a vacinação contra o novo coronavírus um "risco sanitário grave". A declaração, na verdade, foi distorcida.
“Presidente da Anvisa admite q população corre risco grave ao tomar a vacina. Ele declara que foi tirado pelo STF, o direito da Anvisa de analisar todos os dados necessários para a liberação da vacina. Isso quer dizer que ninguém sabe o que está tomando. E agora?”, diz a descrição da gravação compartilhada nas redes sociais.
Mesmo com a sinalização do Facebook de que o conteúdo do post é uma alegação falsa, a peça de desinformação continua a ser replicada nas redes sociais. O conteúdo enganoso manipula um trecho de uma entrevista dada pelo diretor-presidente da Anvisa em 10 de fevereiro de 2021 à CNN Brasil e voltou a circular em meio ao noticiário sobre a imunização de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19 no Brasil.
Uma busca reversa pelo registro mostra que o presidente da Anvisa não se referia à segurança dos imunizantes contra a Covid-19 quando fez menção ao "risco sanitário grave".
Na verdade, como mostra a íntegra da entrevista, Barra Torres falava de uma Medida Provisória (MP) que poderia dar cinco dias para que o órgão autorize o uso no Brasil de vacinas contra a Covid-19 aprovadas por agências internacionais.
A Anvisa é o órgão sanitário responsável pela avaliação e aprovação de medicamentos no Brasil. Para um imunizante ser liberado no Brasil a Anvisa analisa como ele foi produzido, os estudos e embasamentos técnicos que concluíram pela segurança e eficácia do medicamento. Após a liberação do uso em seres humanos, o órgão também faz o monitoramento para possíveis eventos adversos.