Chef faz campanha para vítimas de temporais no Litoral Norte de SP: ‘nunca vi nada parecido’

As fortes chuvas que atingiram o Litoral Norte de São Paulo neste domingo já deixaram, até o momento, 36 mortos, além de centenas de desabrigados e desalojados. Na tentativa de ajudar a atenuar os efeitos dos temporais, o chef Eudes Assis, disse que iria fechar o Taioba, um restaurante seu em São Sebastião, pelos próximos três dias, para preparar “marmitas para as pessoas que estão desabrigadas e que não têm o que comer”.

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Além disso, ele também criou uma campanha para quem queira ajudar doando mantimentos (como arroz, feijão, carne e embalagens de marmita). Ao chegar ao restaurante, porém, Eudes viu o local alagado e sem luz, o que impede, até o momento, de preparar as refeições.

“Nesses meus 46 anos de vida, nunca vi nada parecido por aqui. As chuvas fortes e prolongadas que caíram nas últimas horas atingiram toda a região, causando alagamentos e deslizamentos nas comunidades nesse começo de feriado prolongado. O pouco que as pessoas tinham, perderam. Momento de muita tristeza”, publicou o chef, pouco após o anúncio das primeiras mortes em decorrência das chuvas.

Por meio de suas redes sociais, ele afirmou que já conseguiu arrecadar uma boa quantia em dinheiro vinda de doações para ajudar as famílias das regiões atingidas pelas chuvas.

“O que aconteceu aqui foi desesperador. Eu sou nascido e criado aqui, tenho 46 anos, eu nunca vi nada parecido. São casas com água no telhado, são carros boiando, são famílias que perderam tudo, não tem um documento, não tem uma roupa de criança, não tem colchão, não tem nada”, contou.

Eudes conta que também abrigou algumas pessoas desabrigadas em sua própria casa. Outra iniciativa do chef foi tentar chegar a um projeto social criado por ele, o "Buscapé", o que foi inviável no domingo. Ao chegar ao local, nesta segunda, ele contou que já começou a produzir as refeições para serem entregues às vítimas das chuvas.

"Já estamos aqui, estamos cozinhando. Quem puder trazer alimento, material de higiene, material de limpeza, leite, frauda, chupeta, estamos recebendo as doações, mas só se estiver perto do projeto. Não se locomovam e corram risco, por favor", completou. "Já montamos mais de 300 marmitas, servimos pessoas que trabalham nos resgates, Defesa Civil, policiais militares, bombeiros. Estamos precisando de voluntários aqui no projeto Buscapé porque a demanda é muito grande, muita marmita para montar. Quem estiver por Boiçucanga e puder vir dar mão-de-obra, descascar legumes, ajudar a gente na montagem das marmitas, eu estou precisando muito de ajuda", explicou.